Eu não sou
publicado por Deva Harischandra
Rótulos. Vivemos numa sociedade de rótulos:
A louca
A bem sucedida
A drogada
A puta
A macumbeira
A amante
A serva de Deus
A safada
A crakuda
A gorda
A magrela
A depressiva
A esquisita
A gostosa
A feia
A trabalhadora
A santa
A pervertida
A pra casar
A moça direita
A ovelha negra da família
A fraca
A poderosa...
Ixi, tanta coisa...
Se formos nos importar com o que dizem da gente, precisaremos de muito mais terapia do que já precisamos. Não importa o que pensem e o que digam, isso pertence a quem perde tempo fazendo conjecturas sobre a vida alheia.
Importa mesmo é que somos seres em construção. Não importa a história de vida, as atitudes que tomamos, as escolhas que fazemos. É certo que sofreremos as suas conseqüências, mas ainda assim, não nos definem.
Podemos escolher diferente, podemos crescer, mudar de opinião, mudar de atitudes. Errado e feio é rotular o outro, julgá-lo e condená-lo.
A transformação é interna. Olhar pra dentro, conhecer-se, agir de acordo com a nossa essência é uma busca importantíssima, mas não tão simples de alcançar. Temos muito a desconstruir, muito caminho pra chegar a amar de forma incondicional, pra nos sentirmos como unidade que somos. E na caminhada, é comum que a gente erre, perceba, aprenda, ou que erre de novo na mesma coisa até aprender.
Permita-se ser uma metamorfose ambulante. Todos somos. E quanto mais tempo perdemos rotulando e falando dos defeitos dos outros, pior pra nós, que continuamos estagnados, nos sentindo melhores. Nos enganando e deixando de fazer a única revolução possível: a interna.
Eu desejo luz nas nossas caminhadas. Amor, autoconhecimento, suporte dos mestres e amigos, aceitação, celebração das conquistas e muito crescimento. Que a gente olhe para trás e possa ficar feliz ao se perceber no hoje, consciente do quanto já evoluiu durante a jornada dessa vida.