Floralterapia
A floralterapia é um recurso terapêutico que utiliza essências derivadas, principalmente de flores que atuam em quadros diversos, físicos e emocionais (BRASIL, 2018). A utilização dos florais dentro de um contexto terapêutico tem como objetivo promover um estado de harmonia e equilíbrio, proporcionando ao indivíduo a capacidade de celebrar a vida, vivendo-a em sua plenitude. Estimula a capacidade do corpo, de se curar por meio do equilíbrio de pensamentos indesejáveis, auxiliando a pessoa a ter autocontrole, a sentir-se bem consigo e a usufruir daquilo que a vida lhe oferece de bom (MONARI, 1997). As essências florais não agem devido à composição química, mas por meio da vibração da energia vital da planta. Atuam nos centros biogenéticos humanos, os quais influenciam e tratam múltiplas dimensões do ser humano – física, mental, emocional e espiritual (JESUS; NASCIMENTO, 2005).
A floralterapia pauta-se no princípio vitalista, ou seja, é uma abordagem terapêutica de caráter holístico que vê a pessoa como um todo – e não em partes. Ao contrário da Biomedicina, não fragmenta ou se utiliza de métodos invasivos para obter resultados. As doenças são sinais e sintomas visíveis da desarmonia da energia vital; e o terapeuta integrativo busca centrar sua atenção na pessoa no sentido de recuperar a sua vitalidade. Indo ao encontro da proposta de integralidade, a floralterapia pode constituir-se numa importante prática de atenção à saúde, proporcionando maior resolubilidade dos serviços em saúde (NEVES; SELI; JUNGES, 2010).
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) (1983) a floralterapia contribui para o autocuidado, sendo amplamente utilizada no mundo, por meio de produtos acessíveis economicamente e isentos de prescrição. No Brasil, a terapia floral está presente na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPIC) como uma das práticas recomendadas para o Sistema Único de Saúde (SUS). A Portaria n.º 702, de 21 de março de 2018, integrou-a às medicinas tradicionais, complementares e integrativas recomendadas para o cuidado e a promoção de saúde, preferencialmente na atenção primária em saúde (BRASIL, 2017).
O uso de flores no tratamento de saúde é antigo, há mais de mil anos antes de Cristo as flores já eram utilizadas com esse objetivo. Os aborígines australianos comiam flores para obter os seus efeitos; os egípcios, africanos e malaios já faziam uso das flores para tratar de desequilíbrios emocionais. Há registros de que Paracelso, no século XVI, já utilizava as essências florais para tratar os desequilíbrios emocionais de seus pacientes. Mas a floralterapia tem a sua origem em Edward Bach, médico bacteriologista e homeopata, bacharel em Medicina e Ciência e diplomado em Saúde Pública na Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Na década de 1930, na Inglaterra, o doutor Bach sistematizou o conhecimento do uso terapêutico das essências, com base na prática clínica, ancestralidade e tradição de uso. A sua descoberta ficou conhecida como o primeiro sistema de florais, chamado de florais de Bach; composto de 38 essências florais e o rescue remedy (MONARI, 1997).