Sensualidade x Espiritualidade
Ocupar um corpo físico com predominância da energia feminina faz de nós muitas vezes alvo das mais violentas críticas e dos mais severos julgamentos diante da nossa inerente e muitas vezes proibida e condenada sensualidade.
Muitas vezes também isso que tão maravilhosamente trazemos em nós: nosso corpo curvilíneo, nosso olhar, nossos gestos, nossa voz são vistos como algo pecaminoso e pode chegar a ser socialmente reprimido. Vale lembrar os países nos quais as mulheres vestem-se com as inefáveis burcas. Assim como os países nos quais mulheres sofrem mutilação de seu órgão do prazer.
Em alguns casos vemos também a deformação da sensualidade espontânea com a banalização e a vulgarização até o abismo do uso do corpo feminino.
Diante disso tudo vale ressaltar que se sermos sensuais faz parte da nossa natureza assim como tantos outros aspectos que nos compõe vale também honrarmos corajosamente nossa natureza tão extensa e historicamente vilipendiada.
Cabe a nós sermos o que somos com valentia. Cabe a nós sermos o que bem quisermos.
Somos seres infinitos cada uma de nós e a desejada expansão da consciência pode talvez passar também por não negar o que somos.
Tampouco entender que algum valor possa ter a polarização: ou se é “espiritualizada” ou então apenas sensual. Assim colocando ambos aspectos do ser em disputa, tendo que talvez forçosamente optar por um deles.
Novamente se somos seres infinitos podemos ser o que quisermos, ainda mais haja visto que frente às distorções antes apontadas a real natureza sensual poder-se-ia combinar-se com um caminho de desenvolvimento espiritual. O que se observa como dificuldade certamente está muito mais relacionado ao olhar que culpa e condena do que o ser e o corpo que traz a sensualidade que nada mais é do que um corpo pleno de vida, um corpo elástico flexível, um corpo que quer viver, se expandir em liberdade e ter prazer em existir.
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Na foto eu sem medo de ser sensual e “espiritualizada” aos quase 52 anos.