Dia do Sexo
Como o tantra intensifica a conexão sexual de um casal?
Por meio da sensibilização do corpo. Nesse espaço seguro e potente que o Tantra cria, um casal pratica massagem tântrica entre si, em geral orientados por terapeuta instrutor experiente. As massagens tântricas potencializam os efeitos energéticos no corpo e melhoram a qualidade do orgasmo. Além disso, há práticas que envolvem presença, olhar, respiração polarizada, toque das mãos em todo o corpo, sons de prazer, movimentação...todas esses recursos aumentam a intimidade, a diversão e o prazer dos casais.
Essa é uma parte do entendimento, porque o Tantra atua também em aspectos como comunicação, desejo, libido, fantasias, comportamento, relacionamento etc. Um casal pode se beneficiar muito praticando Tantra entre si e com outras pessoas, pois usufruem de um dos principais pilares que é a Liberdade. Eu estou convencido de que os acordos (ou a falta deles) e arranjos que um casal define para suas práticas sexuais tanto podem fortalecer quanto enfraquecer o relacionamento, por exemplo: monogâmico (entre si), ménage (com uma terceira pessoa), swing (com outro casal), seja privativo ou em grandes grupos, enfim, as
possibilidades são muitas; além disso, as práticas de voyeurismo, BDSM, shibari e tantas outras... Falei acima sobre fantasia, comunicação. É bastante comum um casal criar fantasias mas não manifestar esses desejos
ao outro, por receio, medo, preconceitos... Pela minha experiência, tendo atendido mais de 3 mil pessoas com Tantra, o casal deve exercitar a comunicação autêntica, verdadeira sobre o que gostaria de realizar com o parceiro, seja num campo de fantasia ou mesmo realizando com uma ou mais pessoas. Pode ser surpreendente!
É possível ter ligações intensas com mais de uma pessoa ao mesmo tempo?
Certamente, essas ligações podem ser sexuais ou afetivas. Ou ambas. Se aqui estamos falando de pessoas solteiras, essa Liberdade de experimentação com uma ou mais pessoas, no mesmo ambiente ou uma em cada momento, tal liberdade pode e deve ser estimulada. Uma chave de sucesso para essa intensificação do prazer e do estar-junto é, sem dúvida, a Presença. Se você está com uma pessoa ali, só existe ela (por mais que haja outros "contatinhos" disponíveis). Ou se o lance é a 3 ou grupo liberal, esteja completo/a no rolê. Isso é ser tântrico. Presença e Respeito ao outro.
Por que a ligação afetiva é por muitas vezes vista como superior à interação sexual?
Eu acredito que é porque valoriza-se mais o compromisso de um com o outro, a promessa de "ser só seu/sua". Há um componente de objetificação, eu acho. Um é possuidor e o outro é posse. A sensação de sucesso e fracasso numa relação associada ao cumprimento de um acordo de não ter relação sexual com mais ninguém. Nem mesmo a fantasia é permitida, pois é traição em pensamento. Se entendermos afetivo como algo relacionado ao coração, ao amor romântico, então submetemos o sexo a uma condição mundana, ligado ao primitivo, animal, que pode perder o encanto (pelo corpo, pela sensação) a cada novo/a parceiro/a. Então, afetividade pode nos parecer mais sutil, até mais sagrado, pois conecta olhar, voz, sorrisos, toques das mãos, beijo...sem contar a vontade de estar juntos, fazer planos juntos, querer só um ao outro, pra sempre(?)
Deixo uma provocação: treine sua individualidade, a sensação de plenitude, estar bem consigo mesmo/a, pois trocar afetos, sexo com uma ou mais pessoas será uma parte da sua experiência, da sua existência e tornará suas decisões sobre o que fazer com seu corpo, com seu tempo e energia muito mais fáceis e leves.
Quais os impactos pessoais do autoconhecimento sexual?
Creio que é apropriar-se de si, saber o que se quer e o que não faz mais sentido. Para casais que se desenvolvem juntos, seja no Tantra, seja em comunidades liberais ou outros ambientes de experimentação, descobrir o que faz vibrar o coração e o genital é condição fundamental para uma vida feliz. Pense: se o indivíduo não sabe o que é bom para o próprio corpo, como esperar que outra pessoa saiba? É cruel principalmente para as mulheres que, além de não serem ensinadas sobre sexo e prazer, como os homens também não são, ainda são reprimidas em sua existência, em seu comportamento, seja na roupa que veste, nos "modos", na fala etc.