A Revolução da Escolha
Tantra para LGBTQIA+
A grande maioria do público LGBTQIA+ sofre um tanto mais quando o assunto é sexualidade. Os conflitos internos e as dificuldades nas relações do dia a dia são uma constante. Na nossa sociedade atual não é permitido ser quem somos com tranquilidade, paz, respeito e segurança. Os movimentos ainda precisam ser ocultos e reservados para que possam ser seguros. Estamos avançando, mas o preconceito, a intolerância e a desinformação ainda são muito grandes.
Toda essa não permissão e não naturalidade para sermos quem somos, acarretam ainda mais bloqueios e traumas relacionados à vida sexual do público homoafetivo. Vamos crescendo nos sentindo aberrações, totalmente desconectados dos nossos corpos, do nosso prazer. Sem a legitimação dos nossos desejos pela sociedade, passamos a vida vivendo como inadequados, nos enchendo de culpas. Quanta perda de energia não é mesmo?
A falta de educação sexual, de conhecimento do próprio corpo, de acolhimento das diferenças e de espaços seguros para falar e se informar sobre sexualidade, gera muitos problemas na base da nossa sociedade, que é feita de relacionamentos. E vida é relacionamento, não temos como fugir disso. A maior parte desses problemas se tornam obsessões, pois estamos falando da energia sexual, que é a mesma energia vital, energia geradora e criadora da vida. Se essa energia não flui dentro de cada ser humano de uma forma equilibrada, os prejuízos são enormes para cada indivíduo em si e para o todo em geral. Precisamos falar sobre isso.
Comportamentos extremistas como a repressão e a compulsão sexual trazem muito sofrimento. E esse está sendo o principal resultado das nossas relações, o sofrimento.
Como não somos orientados a lidar com a energia mais poderosa que nos habita? Tudo isso é muito louco.
O tabu do sexo contribui para o aumento de IST, de abusos físicos e psicológicos nas relações, aumento de casos de depressão, ansiedade, suicídio etc. É um assunto que quase ninguém fala sobre, mas todo mundo pensa e tem alguma questão que gostaria de compartilhar, de curar. Para o público homoafetivo essas questões vêm acrescidas de problemas ainda mais agudos de autoestima, rejeição, violência e não pertencimento. Quem ganha o quê quando silenciamos o assunto do sexo?
Movimentar a energia sexual de uma forma equilibrada para o público LGBTQIA+ é um desafio para poucos da comunidade. Falta liberdade de expressão, informação, união, respeito e acolhimento às diferenças, até mesmo entre os próprios integrantes da comunidade.
O autoconhecimento é a chave e o tantra é um caminho muito resolutivo. Através da energia sexual, que é a mesma energia que nos vicia, nos prende, e nos deixa refém do corpo e dos nossos instintos, podemos nos libertar e acessar a nossa parte mais luminosa. Para quem está realmente sofrendo e quer sair desse lugar, a terapia tântrica pode te virar do avesso. Além de ressignificar o prazer sexual, ampliar a capacidade orgástica do corpo e região genital e contribuir para a cura de disfunções sexuais e liberação de emoções presas no corpo, o tantra te convida para um novo olhar para a vida, para o teu corpo e para o sexo, um olhar amoroso cheio de presença, conexão, sacralidade e consciência. O mergulho nesse caminho pode acontecer através das meditações tântricas (ativas), da massagem tântrica, de workshops, vivências em grupo para casais e pessoas solteiras, cursos livres e de formação em terapia tântrica. É um processo de desenvolvimento pessoal pela energia sexual, podemos chamar também de terapia do prazer.
Esse foi o meu caminho de homem gay que se assumiu aos vinte anos (em 1998) e que caiu na esbórnia por mais de uma década. A cura chegou com a ressignificação do toque, de questões de abuso, autoestima, compulsão sexual e hiv. Hoje, há cinco anos atuando como terapeuta tântrico e vivenciando minha sexualidade com consciência, escolho a vida sexual que quero ter. Essa é a minha revolução. Não sou mais refém.
E você? Consegue fazer escolhas conscientes na sua vida sexual? O que te dá prazer e te traz paz ao mesmo tempo?