Poética do corpo humano
publicado por Antar Vartan (Ronnei)
Existe algo de maravilhoso no corpo humano. Existe uma capacidade vibracional que não está em segredo, porque basta olhar no microscópio pra ver que todas as células do corpo humano vibram.
O corpo humano é o lugar fantástico onde mora, adormecido, um universo inteiro. A vida tem um aspecto de fremitação que varia de corpo pra corpo, mas está em todos os organismos vivos. Como na terra moram adormecidos os campos e suas mil formas de beleza, e também as monótonas e previsíveis monoculturas; como na lagarta mora adormecida uma borboleta, e na borboleta, uma lagarta; como nos sapos moram príncipes, e nos príncipes, sapos; como em obedientes funcionários que fazem o que deles se pede moram poetas e inventores que voam pelos espaços sem fim dos sonhos. Tudo adormecido. O que vai acordar é aquilo ao qual for feito o convite para que se manifeste. A kundalini, entidade mágica que desperta potenciais feiticeiras, poderes bruxos que despertam os mundos que jazem dentro do nosso corpo, num estado de hibernação, como sonhos.
Nosso corpo é feito de pulsação.
Um aspecto vibracional que está ligado a energia sexual de base correspondente ao comportamento, a psique, as emoções e a uma trancendência. Assim, podemos ser príncipes ou sapos, borboletas ou lagartas, campos selvagens ou monoculturas, poetas e inventores ou monótonos funcionários. Diferentes dos corpos dos animais, que nascem prontos ao fim de um processo biológico, o nosso corpo, ao nascer, é um caos grávido de possibilidades, à espera de acessar um conteúdo que vai muito além do que chamamos de inconsciente que fará emergir, do seu silêncio, as forças que estão latentes dentro de nós. Um infinito e silencioso teclado que poderá tocar dissonâncias sem sentido, sambas de uma nota só, ou sonatas e suas incontáveis variações. Tanto faz, pode ser o rei, pode ser o mendigo. Pode ser o santo, pode ser o ímpio. Não tem diferença nenhuma.
Qualquer pessoa pode acessar esse conteúdo adormecido e se conectar com o coração. Manifestar sua particularidade divina através das chaves hormonais que agem no silêncio e faz desabrochar o manancial vibratório que o corpo humano possui.