Dançar é extremamente terapeutico!
publicado por Zaki Deva (Robson Paixão)
A dança é um excelente recurso terapêutico. Através da dança conseguimos acessar estados de descontração, prazer e meditação. A partir do momento que qualquer ritmo é gerado por instrumentos musicais, sentimos de forma natural um impulso para acompanhar com movimentos corporais esse ritmo, o corpo possui uma dança própria que é espontânea e natural, diferentemente da coreografia que é preciso compor e ensaiar.
Na dança naturalmente espontânea não tem certo nem errado. Quando dançamos sentimos prazer, pois isso está também relacionado com a produção de hormônios responsáveis por nos fazer sentir um bem-estar. Como ao dançar estamos sentindo com totalidade o nosso corpo através de uma música, sendo o único momento para você o agora, isso se caracteriza em um estado de meditação.
Em 2013, psicólogos da Örebo University trabalharam com um grupo de adolescentes que sofriam de ansiedade, depressão e estresse, além de apresentar sintomas psicossomáticos como dor no pescoço e nas costas. A metade pediu que frequentasse as aulas de dança. A outra metade seguiu sua rotina cotidiana.
Depois de dois anos, aqueles que continuaram na classe de dança davam ênfase à alegria do movimento mais do que o desempenho individual. Ainda mostraram uma melhora notável dos sintomas psicossomáticos e disseram que se sentiam mais felizes.
Em outro estudo realizado pela Universidade de Derby, os psicólogos trabalharam com pessoas que sofriam de depressão. Durante nove semanas estas pessoas receberam aulas de “salsa”, uma dança caribenha caracterizada pelo compasso quaternário. As melhoras começaram a aparecer ao cabo de quatro semanas e, quando terminaram o estudo, os participantes reproduziram menos pensamentos negativos, melhoraram a concentração e demonstraram uma melhor sensação de paz e tranquilidade.
O certo é que dançar é um excelente recurso terapêutico. Um estudo desenvolvido em Deakin University revelou que dançar tem um efeito muito positivo em nossa vida cotidiana. Os pesquisadores australianos entrevistaram 1.000 pessoas e descobriram que quem dançava com frequência se sentiam mais felizes e mais satisfeitos com a sua vida, especialmente em suas relações interpessoais, sua saúde e as realizações que alcançaram ao longo dos anos.
Curiosamente, psicólogos da Universidade de Nova York descobriram um efeito similar nas crianças pequenas. Eles trabalharam com 120 crianças de 2 a 5 anos, a quem expuseram diferentes tipos de estímulos sonoros, alguns era rítmico e imitavam a cadência da música. Outros estímulos sonoros eram completamente arrítmicos. Assim perceberam que as crianças que se moviam seguindo os movimentos rítmicos mostravam mais emoções positivas e demonstraram mais alegria. Por fim, os pesquisadores concluíram que há uma predisposição nos leva a movermos ao ritmo da música porque dançar também melhora o nosso ânimo.
Por que dançar nos fazem felizes?
Quando dançamos o nosso cérebro libera endorfinas, neurotransmissores que produzem uma sensação de bem estar, relaxamento, alegria e uma incrível sensação de poder. A música e a dança não somente ativam em nosso cérebro os circuitos motores e sensoriais, como também ligam os centros do prazer.
Na verdade, neurocientistas da Columbia Univesity afirmam que, quando nos movemos em sintonia com o ritmo, os efeitos positivos da música se ampliam. Portanto, um pequeno segredo para tirar o máximo da música consiste em sincronizar nossos movimentos com o ritmo musical. Assim obteremos “prazer em dobro”.
O que fica claro é que a magia da dança não se pode reduzir simplesmente à química cerebral. Dançar também é uma atividade social que nos permite estar em contato com outras pessoas, compartilhar experiências e conhecer gente nova com a qual recebemos um efeito muito positivo sobre a nossa saúde mental.
Enquanto dançamos, nossos músculos se distendem ao compasso da música que nos permite liberar as tensões cotidianas e anulam as que se acumularam na musculatura mais profunda. Ainda precisa de mais razões para cair na dança?
Certamente quando a dança se torna um hábito, e você sai para dançar pelo menos uma vez por semana, a sua qualidade de vida e humor melhoram e muito. Zaki Deva faz um trabalho terapêutico chamado de Dançaterapia tântrica, onde técnicas de dança nos levam a experimentar 4 níveis de consciência: Celebração, Meditação, Gratidão e Êxtase.
Fontes: Duberg, A. et. Al. (2013) Influencing Self-rated Health Among Adolescent Girls With Dance Intervention A Randomized Controlled Trial. Arch Pediatr Adolesc Med.; 167(1): 27-31. Zentner, M. & Eerola, T. (2010) Rhythmic engagement with music in infancy. PNAS; 107(13): 5768-5773. Birks, M. et. Al. (2007) The benefits of salsa classes for people with depression. Nursing Times; 103(10): 32-33. Lesté, A. & Rust, J. (1984) Effects of dance on anxiety. Percept Mot Skills; 58(3): 767-772.