“Tan-transcender”
publicado por Cervinka
O início de uma trajetória é sempre caracterizado por um único passo. É ele que desencadeia uma série de outros, responsáveis por colocar qualquer viajante mais próximo do seu destino. Se for uma viagem para dentro de si, em busca da tão falada transformação ou reforma íntima, ainda assim, requer um primeiro movimento para, a partir dele, seguir adiante.
Geralmente, é necessário uma dose extra de coragem. Afinal, nessa excursão existem paradas obrigatórias que nem sempre são tão agradáveis assim.
Existem verdadeiros museus com peças impecáveis e outras quebradas. Até galerias mais sombrias podem ser visitadas. Completam esse acervo coleções históricas de quadros pintados com zelo e dedicação, que contrastam com outras que apresentam obras menos cuidadas, rasgadas, feitas sobre telas frágeis, com tintas de inferior qualidade.
A importância de tudo isso pode ser exemplificada por meio de um depoimento sincero e criativo, enviado por alguém que decidiu dar um primeiro passo e expandir sua compreensão de mundo (interior), cuja transcrição pode revelar, entre outras coisas, que essa viagem até pode contar com o apoio de um guia, mas é o próprio visitante quem assume a responsabilidade pela curadoria.
Transcender é “elevar-se sobre ou ir além dos limites de”... pois, para o leigo (no caso eu) foi preciso transcender os meus limites para, de fato, iniciar um tratamento através da massagem tântrica.
Eu compreendia que precisava equilibrar minhas energias que, por uma série de fatores, encontravam-se, literalmente estagnadas. Outros, mais conhecedores que eu, poderiam até lhes apresentar uma explicação melhor, para isso, mas o fato é que eu realmente sentia tal
desequilíbrio.
Então, muito coincidentemente, um dia num grupo de amigas uma delas mostrou um vídeo sobre o assunto e eu disse:”Eu quero! Tem o telefone aí?”. Todas levaram na brincadeira, todas fizeram comentários jocosos mas... eu liguei, marquei e compareci.
Digo a vocês que desde o primeiro momento — inegavelmente estranho, complexo (para mim), que me demandou enorme disciplina para não tentar controlar a situação — percebi o benefício que me traria.
Como sou alguém que propaga o que de bom me acontece, contei para algumas amigas mais próximas... ah, quanta bobagem eu ouvi de muitas, quanta curiosidade saudável ouvi de outras. Daquelas que só viam o sexo mesmo, comentários dos mais calhordas, dirigidos tanto ao profissional quanto a mim. Das que demonstraram curiosidade saudável... sutis feedbacks como “você tinha razão”... porque mais não precisava.
Considero um tratamento, uma terapia, tal e qual minha visita quinzenal à minha psicóloga que, aliás, afirmou que a terapia tântrica me economizou cinco anos de terapia convencional — palavras dela.
Para além dos preconceitos, dos tabus, de quaisquer ideias conspurcantes, o encontro com a própria sexualidade, com seu próprio fluxo primal de energia, te equilibra. E, a contrário do que possa parecer, o exercício de receber, pura e simplesmente, de se permitir e se observar sentindo seu corpo como um todo, uma corrente pulsando em movimento é, deveras, libertador.
Como eu disse, pura transcedência.