Yoni
publicado por Deva Harischandra
Popularmente conhecida como buceta, perereca, periquita, priquito, xana, chavasca, perseguida, vagina, ppk, xereca, prexereca, ximbica, xeca, xoxota, pito, greta, racha, entre tantos outros apelidos, faz muito mais sentido pra mim chamá-la de yoni (palavra em sânscrito que significa “portal da vida”, “passagem divina”, “lugar de nascimento”, “templo sagrado”, “fonte de vida”), que é de fato o que ela é.
É tão comum que a gente tenha aprendido a não dar o devido valor à nossa yoni, que a gente não olhe, não a trate e toque com o devido carinho, que a gente desconheça como pode sentir prazer por meio dela, o quanto de potencial orgástico, potencial de vida prazerosa, potencial de criação e bem estar podemos aflorar em nós por meio dela.
Quantas mulheres sentem vergonha da aparência da sua yoni porque até pra elas determinaram um padrão de beleza. Muitas acabam se submetendo a cirurgias pra se encaixar. A diversidade é tão rica e a padronização tão cruel.
Por muito tempo acreditei que minhas possibilidades de sensações orgásticas eram mínimas, limitadas, e que quando atingia um orgasmo pequeno, que durava em média uns 3 segundos, os estímulos deveriam cessar, pois, já havia gozado e acreditava que meu clitóris estava muito sensível para prosseguir, e que era assim mesmo, já tinha atingido o objetivo. Nem fazia ideia de como era sentir um orgasmo por estímulos no ponto G, e achava que não sentir era normal, que era uma capacidade de muito poucas mulheres, e eu não era uma delas.
Jamais havia imaginado as inúmeras sensações prazerosas, orgasmos e descargas energéticas que meu corpo é capaz de sentir. Todas as descobertas das mais diversas e incríveis sensações que não só a minha yoni, mas meu corpo inteiro é capaz de vivenciar, eu adquiri consciência após vivenciar uma sessão massagem tântrica. E a cada sessão, sensações novas e maiores possibilidades surgem.
Essa massagem terapêutica foi responsável por me ajudar a mudar a minha relação com meu corpo, a me aceitar, a me amar, a mudar a visão que tinha acerca do sexo e da sexualidade, me trouxe consciência e desenvolvimento do meu potencial orgástico, a possibilidade de sentir a minha própria energia por todo o meu corpo e me nutrir dela.
Percebi como por grande parte da minha vida, comprei e vesti as crenças, os tabus, as ordens sociais que me foram apresentadas, percebi as vozes internas que ecoavam na minha programação durante tanto tempo, a respeito de padrões de beleza, de maneiras de como uma mulher deveria se comportar, de como deveria agir para agradar e manter um parceiro ao lado.
Quanta bobagem eu aceitei como verdade absoluta e me mantive presa em relação à ideia de como seria uma mulher atraente e agradável a um homem, sobre comportamento adequado, sobre como me vestir, sobre sentir culpas descabidas, sobre me podar, me submeter, pra caber num modelo social que aprendi a enxergar que deveria ser seguido.
É maravilhoso deixar essas crenças para trás, me perceber como ser único, capaz de fazer as próprias escolhas, independente do que me foi ensinado e cobrado como o certo a seguir. Me sentir livre de tantas amarras e prisões em que já estive. É uma desconstrução diária e o tantra, inclusive por meio da minha yoni tem um papel fundamental nisso tudo.
Conscientizar-me de tantas possibilidades de prazer, de cura, de autoconhecimento de desenvolvimento pessoal, utilizando o meu corpo como ferramenta para tudo isso, considero como uma das mais importantes descobertas da minha vida.
Homens e mulheres, ainda hoje, têm uma dificuldade enorme de saber como estimular a yoni de forma prazerosa, isso em relação a ela toda, incluindo o clitóris e ainda mais o ponto G.
Perceber hoje a minha yoni como é, e dar a ela o devido valor que tem é impagável. Que cada mulher tenha a oportunidade de sentir o seu poder, de tratar a sua yoni com a importância que tem, de ser mestre de si mesma.
Pra mim, é mais do que um privilégio trabalhar como canal para que mulheres sintam de forma tão poderosa a sua própria energia, de forma que nem imaginavam ser possível, que nunca nem tinham ouvido falar, que foi negado e escondido por tantos véus culturais.
A massagem tântrica é um instrumento extremamente poderoso para que as mulheres conheçam a sua yoni e o potencial energético que há nela.
É um trabalho lindo, libertador e transformador. Disponível a todas que estejam abertas a essa via tão incrível de autoconhecimento.