CONTROLE X CONDUÇÃO

Larga o freio de mão, a vida não se parece com um carro

CONTROLE X CONDUÇÃO

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Muitos dos que buscam o processo do Tantra para vida e como forma de desenvolvimento do seu ser, esbarram numa grande etapa em seu decorrer que é o controle da mente, ou das emoções, ou mesmo dos hábitos mais práticos do dia a dia, senão todas, e por anos esse foi meu calcanhar de Aquiles.

Controlar me vinha com o cunho de não falhar, de fiscalização, de estar até mesmo a frente das situações e saber exatamente como conduzir meu veículo pela estrada vida. Porém quanto mais eu ia adiante mais eu esbarrava em arestas que me faziam não seguir, que o controlar aquilo que eu queria podia simplesmente falhar, como numa grande mesa de painel de controle.

Isso porque as minhas antigas experiências não serviam mais como pista para esse veículo ao qual eu queria controlar para fins nobres, como não julgar, não me irritar com facilidade, não ter comportamentos e hábitos compulsivos ou me entregar a energias densas que partissem de mim ou do local ao qual me encontrara. Tudo havia mudado depois de um certo tempo de aperfeiçoamento e aprofundamento e já não sabia muito mais do que tinha sobrado em mim ao qual julgava conhecer.

Controle e entrega não combinam muito numa jornada como essa, mas o tempo pode te explicar isso melhor que eu. Estas duas torres, estavam por fim postas adiante do meu trajeto e as coisas não estavam muito mais concretas nas (pseudo) certezas que costumava cultivar. Percebi que aquele encontro de arestas bem posicionadas na pista falavam exatamente de uma única coisa aos gritos. Simplesmente me esvaziar de mim e me permitir não me conhecer mais e ser quem estava por vir. A máxima filosófica do “Conhece-te a ti mesmo” passou a ser um grande ponto de interrogação e o terceiro pilar a se erguer diante dos meus pés.

No livro A Voz do Silêncio, escrito pela fundadora da teosofia Helena Blavatsky, o fragmento I diz-se que a mente é o grande assassino do real, que “Quando, para si mesma, sua própria forma te parecer irreal, tal qual o são, ao despertar, todas as formas vistas em sonhos; Quando houver cessado de ouvir os muitos, poderá discernir o UM(...)”. Por fim me vejo na heresia da separatividade. A demanda de controle estava por fim me separando do todo, me fazendo enxergar minha remessa de demanda diária como algo fora do meu eu. Praticamente uma forma de positividade toxica ao qual me fazia negligenciar as mais profundas mazelas que eu sentia e as experiências ao longo desse tempo foram se intensificando e mudando de rota.

A mudança de rota sugeria que minhas antigas experiências entrarem num findar de ciclos e que agora eu estava a participar de um novo nível de aprendizado e entrega. Mas havia ali ainda a necessidade e a demanda de controlar, tudo, a mente, as emoções, e por fim os hábitos do corpo, que era o mais difícil até então.

Olhar a vida como uma estrada, os meus corpos como um veículo, o meu conhecimento sobre meu eu, o controle e a entrega como arestas a minha frente também eram o cúmulo do apego, e esse apego me levava ao controle de situações novas ao qual meu modo antigo havia aprendido a passar a representar como personagem.

Me permitir troca o controle por condução! Se permita e veja a mágica que acontece ao se liberar de antigos hábitos mentais, emocionais e físicos, ao se integrar ao campo externo de experiências e perceber que tudo aquilo fala sobre você e o que cria a partir de quem você acredita que é. Conduzir me permitiu desvelar meu olhar sobre o eu e sobre as coisas, e foi péssimo no início, pois percebi que muito do que me desagradava aos olhos, estava debaixo do meu nariz, e nossos olhos não conseguem ver nosso próprio rosto. Entendem a dimensão e a restrição ao mesmo tempo do que significa se olhar, de forma física mesmo. Não fazer algo ou ter qualquer atitude ou pensamento não significa que determinado dínamo sobre aquele universo não exista em você.

Fechar os olhos e ao mesmo tempo refinar o olhar é muito maior que simplesmente ser um bom observador. Você precisa ser um degustador de tudo aquilo que você percebe como resposta às suas interações, e saber que o que aprendeu com elas no início da vida não necessariamente diz respeito sobre como você é ou sabe sobre as coisas, quando cessar os muitos, ouvirá a si.

Na Antropologia temos uma técnica criado por Malinowski que se chama Observação Participante que permite que o observador partilha atividades, ocasiões, interesses e afetos com um grupo de pessoas dentro das circunstâncias permitida pelo estudo ou pelo próprio grupo a ser estudado. Esquecemos que fazemos parte também dessa parte observada mesmo enquanto observadores, mas a partilha tira você do teórico, do filosofo de gaveta que se permite entender, mas não participar do que é vivido, como no mesmo ponto onde você sente algumas emoções e as nega. Observar a participar o entorno permite a condução.

Onde quer que esteja em seu trajeto ao qual se propôs a condução lhe será mais aperfeiçoada e a formatação do controle imbuído de exigências que não te fazem perceber os próprios labirintos a ponto de culpa a estrada ou mesmo o veículo te distanciam da fluidez da criação e mesmo das surpresas do caminho o ser alternado a rota, seja por vontade consciente, ou seja por sopro que lhe faz a vela virar. O grande palco aqui é a confiança e a certeza que como um bom condutor você vivencia tudo, sente tudo e confia. Flui com a criação, afinal você nada mais é que parte dela e sua energia sexual/vital é a ponte dos grandes mares desconhecidos da sua própria vida, do seu próprio self.

Conduzir lhe permite que elementos inesperados se apresentem para você e você desfrute das surpresas, desfrute o aprendizado, desfrute o fluir com confiança. Permite que você identifique partes suas até então vistas apenas fora, conduzir te permite ser mais. O Tantra por fim das contas é a grande teia que irá conectar tudo e não negar nada, inclusive na forma com que conduz, na forma ao qual tentava as rédeas do controle, afinal o Tantra não irá lhe julga, não irá lhe negar, mas lhe dará cada vez mais consciência de onde você está, e nem sempre esse lugar é somente físico, assim como a própria energia sexual, assim como o próprio Tantra, filosofia ao qual se baseia suas premissas comportamentais lhe entregando mais de você a você mesmo, consequentemente mais do todo.

Sasha - TANTRA TERRA
Terapeuta Tântrica Corporal, formada em todas as modalidades do Método Deva Nishok, iniciada no ISTA - SSSEX Level I (Spiritual Sexual Shamanic Experience), Terapêuta Quântica formada em Processos de Access Consciousness (Barras Access & Facelift) e Meditações com aplicações de Tons Pineais. Mestre Reikiana, Mentora [...]

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