O Sagrado é Feminino
publicado por Prem Kajati
A história do Sagrado Feminino vem de muito longe. Do tempo que a cultura matriarcal esteve no seu auge com seus símbolos, Deusas e a construção das suas figuras. Que aspectos hoje, podemos considerar um retorno dessas origens?
As deusas pagãs conciliavam numa figura feminina:a mãe que nutre e a mulher plena de sua sexualidade diferente do que sentimos e colhemos na cultura de hoje que julga inconcebível que a mulher seja plena de sua sexualidade e mãe. Quem nos dividiu assim e com que intuito?
Calcula-se que surgiu de forma gradativa com o patriarcado no Oriente Médio com as guerras, os Deuses viris e aos poucos iniciando a era dos Deuses masculinos.
Aos poucos vamos compreendendo porque é desconfortável certos papéis, o lugar dessas construções e a necessidade de uma desconstrução a partir desses papéis impostos.
À medida que a mulher foi sendo subordinada da própria sexualidade pela cultura que vivemos, trouxe à tona os movimentos feministas e o Sagrado Feminino dos rituais e tribos de mulheres. É necessário olhar para a construção da sociedade que hoje vivemos e como tratamos e julgamos as mulheres. Algumas tribos e culturas a questão do sexo para as mulheres sempre foi vista com muita liberdade.
Há tribos em que as mulheres podem denunciar seus parceiros como as tribos de mulheres “Akan”. Caso o or.g.a.smo não seja alcançado regularmente nas relações sexuais, elas podem obter o divórcio. Ou em ritos onde o principal componente era ensinar a mulher como utilizar sua sexualidade e assim conquistar o futuro marido. São mulheres que receberam informações e continuam transmitindo de geração à geração.
Diante de outra cultura, como a que vivemos, que ainda vê tudo isso como pecado, indecência ou mais do que se pode tolerar, geralmente tais culturas são taxadas de primitivas ou até imorais.
Mas como alguém pode entender as leis do feminino se às vezes nos deparamos com um estilo de vida que explora de forma predatória mulheres, a natureza e esquece que nosso planeta é regido pelas leis de Gaia? Se irá entender hoje, o tempo dirá. Mas sabemos que pela lei do tempo uma tradição esquecida sempre volta.
Na imagem, um Ritual de cura pela Pachamama, o Temaskal, Abril, 2018, Instituto Metamorfose