Orgasmos pós massagem tântrica... e agora?
publicado por Prem Moksha (Sirlene)
Quem experimenta a massagem tântrica pode ter as mais variadas sensações e sentimentos, mas só passando por uma sessão que essa confirmação se revela.
Grande parte do interesse ainda surge em busca daquele “orgasmão” que cutuca a curiosidade.
É fato que também há um percentual de homens e mulheres, que numa busca consciente de melhoria de sua saúde física e emocional, alcançam incríveis resultados quando investem na massagem tântrica, como linha terapêutica no âmbito de sua sexualidade - que inevitavelmente, reflete em tudo à sua volta.
Independentemente das razões que se chega naquele futon, o processo de autoconhecimento é disparado e infalivelmente, algo se move dentro. E quando já, na primeira sessão, o prazer invade, de forma inédita, única, nunca sentida, vivida ou experimentada, antes? Ou, ainda, quando aquele “orgasmão” vem, implacável, revolucionando todo o sistema corporal, dentro e fora, vibrando o corpo, as células, a energia percorrendo a pele, veias, couro cabeludo, secando em cima, molhando em baixo e vice-versa, quase um “eu não vou aguentar”... ? Como se o corpo gritasse: “muito prazer, eu sou o seu orgasmo”!!!!
E agora???
O que está sentido, está conhecido é um caminho sem volta. Não há como “des-sentir”! Então fica é a vontade de voltar de novo, sentir mais, de continuar e no fundo, aquela perguntinha, se vou conseguir me sentir assim com alguém?
Sou terapeuta tântrica e atendo homens e mulheres há quase cinco anos. Tem histórias incríveis, pessoas que passaram uma vida inteira sem conhecer seu corpo, quiçá, suas sensações. Casais de muitos anos e outros recém-casados que estão juntos em completa negação de seu prazer, ou tratam esse assunto com desdém. E, há casos que chamam a atenção.
Dia desses um jovem casal me procurou. Depois de seis anos casados, com uma bebê de seis meses, a mulher resolveu revelar para o marido que fingia sentir prazer. Ela mesma decretou seu próprio diagnóstico: tinha problemas fisiológicos e era anorgásmica, quer dizer: não sentia orgasmo. Nem preciso dizer aqui, o quanto ele estava abalado e ela, naquela primeira conversa, falando agitadamente, sobre agendar uma única sessão, quem sabe, para sentir o tal orgasmão, que tanto dizem que a massagem tântrica proporciona. Bem, encurtando esse enredo, ela seguiu o tratamento. E caiu por terra todo seu “achismo”. Agora, sim, sentia-se “mulher”, sentia-se “forte” e tinha nela a “magia do orgasmo”. Na última sessão em que recebeu a alta terapêutica, aparentemente encabulada, fez a fatídica pergunta: “E agora...? Meu marido não sabe me fazer sentir”.
O ser humano é mesmo uma adorável caixinha de surpresas. Quando nasce, simplesmente segue desenvolvendo, percebendo suas necessidades, conquistando o que precisa para manter-se ali, inteiro, nutrido, encaixado no novo mundo. A mulher, quando pela primeira vez se torna mãe, simplesmente continua, aprendendo sobre a maternidade, sobre amor e também sobre frustrações, sobre estar entregue, quando assim for preciso. O indivíduo, quando adquire um terreno, sabe que está lá, que pode virar um empreendimento, ou um adorável espaço pessoal de lazer, ou simplificando ainda mais, quando alguém tira sua carteira de habilitação, feliz da vida, sabe que tudo ficará mais fácil, porque poderá entrar num veículo, ligar o carro, verificar o combustível e prestando atenção no caminho, dirigir-se para onde quer chegar.
Tudo é expansão, seguir o fluxo, aceitando ora o que é maravilhoso, ora nem tanto assim. Sabendo que há caminho, dentro e fora, para um e também para dois, tudo é uma questão de descobrir para construir. Agora, é o agora!
O que se manifesta é o que de fato passa a existir. E a responsabilidade de se conhecer para sentir seu potencial orgástico, nada mais é do que a própria permissão, uma conquista, a princípio individual, mas que o meio e o fim tem o alcance do amor. Afinal, salvo engano, foi o médico, psicanalista e cientista natural, Wilhelm Reich quem brilhantemente concluiu:
“O seu orgasmo é a expressão exata de sua consciência”