Sinto, logo existo!
Pensamos, então existimos! Certo, mas quanto desse pensar é realmente nosso? Se Descartes fosse tântrico, muito provavelmente sua célebre frase seria "Sinto, logo existo". Longe de mim querer contrariar o pai da matemática, mas quero aqui trazer uma reflexão.
Talvez você já tenha lido uma outra célebre frase, esta de Jim Rohn, "Você é a média das 5 pessoas com quem convive". Não que eu concorde 100% com ele, mas é certo que somos influenciados, não apenas por aqueles com quem mais convivemos, mas também, por todo o meio social em que estamos inseridos. O quanto do nosso pensar não seria influência de amigos, professores, filmes, livros, canais de Instagram e YouTube?
Querendo ou não, somos altamente influenciáveis. Diariamente, somos bombardeados com ideologias, "verdades", formas de viver, ideais, sonhos, etc. E tudo isso pode moldar nossa forma de pensar e agir.
O pensar, é uma ação da mente. E sim, quem pensa existe, mas será que essa existência e este pensar são realmente nossos? Muitas das nossas opiniões, nada mais são do que influências adquiridas de quem admiramos, e não necessariamente de experiências que vivenciamos na prática.
Uma das coisas que tenho aprendido com o tantra é o "pensar com o coração". É difícil entender isso, e mais difícil ainda é por em prática, pois toda nossa cultura é voltada para o mental, e no mental, somos altamente influenciáveis. Ao seguir "a voz de dentro", passamos a dar mais valor para a experiência do que para a influência, e nossas conclusões passam a ser mais autênticas, mais nossas, vindas da experimentação prática.
Seguir o coração é ir de encontro com a sua verdade, é se expressar da forma como você realmente é. Ja observou as roupas que veste, os lugares que frequenta, o trabalho que realiza, o relacionamento que tem? É realmente isso que você quer pra sua vida? Ou esta seguindo a experiência "bem sucedida" de outra pessoa?
O tantra nos ensina o caminho do amor, do coração, e isso acontece basicamente pelo estímulo do sentir. Desde pequenos o nosso sentir é anestesiado, somos instruídos a não valorizar o sentir. Por que será que a sociedade esta doente, infeliz e com tantas perturbações mentais?
Peço licença a Descartes, mas o "Sinto, logo existo" faz muito mais sentido pra mim, onde o pensar vem como um reflexo do coração, e as opiniões são formadas pela própria experiência, e não pela influência do meio. Ser autêntico é isso, é ser você, viver a sua vida. Sinto, logo penso, logo existo!