Sou Deva Harischandra
publicado por Deva Harischandra
Muita gente estranha esse nome. Me perguntam se sou estrangeira. Acham esquisito e difícil de pronunciar.
Deva Harischandra é o meu sannyas. Significa “Divino Brilho Dourado”. Eu o recebi em outubro de 2018, numa cerimônia linda na Comunna Metamorfose. Lembro-me com muito carinho quando Deepak Nitamo repetiu em meu ouvido o meu sannyas por três vezes.
Ser uma sannyasin pra mim, é ser uma seguidora dos ensinamentos do Osho. Observe que disse dos ensinamentos do Osho, e não do Osho. Ele próprio nos ensinava a sermos livres, a levarmos uma vida leve, amorosa, divertida, a mantermos viva a nossa criança interior, a nos permitirmos rir de nós mesmos, sorrir, brincar, meditar, celebrar, trilhar o caminho da aceitação e simplesmente ser no fluir da existência. A não seguir nenhum mestre, a não nos submetermos a dogmas, regras, padrões, prisões e caixas sociais, mas a dar voz ao nosso coração, à nossa verdade, ao amor.
Na página 188 do livro “A Semente da Mostarda (Vol. II)”, o Osho diz: “Como rejeitar os convites da vida? Mas você os rejeita. Qual o mecanismo dessa rejeição? As pessoas pensam que os sannyasins renunciam à vida. Eu lhe digo que isto não está certo: apenas os negociantes renunciam à vida; os sannyasins desfrutam da vida, não renunciam à vida. Aos olhos do comerciante e do negociante, isso assemelha-se à renúncia, mas exatamente o contrário acontece: os sannyasins simplesmente desfrutam da vida, não renunciam a nada. Desfrutam com mais intensidade, isto é tudo. Desfrutam tão integralmente que se morrerem nesse exato momento não haverá nenhuma reclamação. Eles dirão: ‘Nós vivemos, nós desfrutamos da vida. É o suficiente!’ Até mesmo um simples momento de vida já é uma satisfação para um sannyasin. Se ele morrer, estará feliz. Mas o negociante – mesmo em milhões de vidas não terá terminado
Na página 199 do livro “A Revolução – Conversas sobre Kabir”, o Osho diz: “E Kabir é um místico de vida afirmativa. Nunca deixou sua casa, sua esposa, seus filhos. Nunca foi a qualquer lugar; nunca foi para o Himalaia. Morou em sua casa, apenas a vida comum de um dono de casa – e ainda se tornou um iluminado. Nunca escapou de qualquer situação. Permaneceu enraizado na terra: ele era mundano e, no entanto, religioso. E essa é a síntese mais alta.
E isso é o que eu gostaria que os meus sannyasins fossem: Estejam no mundo, porque este mundo é o mundo de Deus. Procure dentro da vida, e, quanto mais fundo você for, mais descobrirá que o mundo está transformando suas qualidades. A terra se torna o céu se você se aprofundar nela, o corpo se torna a alma se você se aprofundar nele. A questão é apenas de profundidade.”
Sannyas é o caminho da meditação, é estar presente, é se permitir transcender, sentir a unidade, se deleitar nas mínimas experiências dela, se conectar com a natureza, apreciar as belezas da vida, sentir a energia de quem nos faz o coração vibrar, se entregar, retribuir o amor que nos foi dispensado, ter um olhar de empatia, valorizar as coisas simples e impagáveis, viver a vida na sua totalidade e intensidade, é apenas ser.