Ejaculação Retardada
publicado por Deva Harischandra
É menos comum que a ejaculação precoce, mas gera tantos prejuízos quanto. Muitas vezes, tem sua origem na crença em que os homens precisam manter uma performance durante a relação sexual como a dos filmes pornográficos. Acreditam que serão mais admirados se conseguirem manter o pênis ereto pelo maior tempo possível, como se fossem verdadeiras máquinas sexuais. Como se isso lhes desse o aval de serem “homens de verdade”, como se isso fosse garantia de prazer para a parceira, e ela, uma grande privilegiada por ter um homem tão viril em sua cama.
Internalizaram devido às pressões sociais de nossa construção cultural, que precisam ficar performando em posições e poses mirabolantes, demonstrando sua “resistência física e mental”, quando por vezes, se forçam a pensar em coisas aleatórias totalmente fora da relação para que consigam não ejacular e cumprir com o papel de macho que acreditam que precisam para serem aceitos como tal. Acabam por se desconectar completamente da parceira e do momento vivido por causa de crenças e pesos culturais que aceitaram como verdades absolutas, prejudicando a própria saúde sexual, comprometendo e negligenciando o próprio prazer e o de sua parceira.
Desconstruir essas crenças equivocadas, aprender a se manter em estado de presença, sair do condicionamento de ter que assumir esses papéis sociais impostos, soltar a máscara de garanhão e se permitir sentir verdadeiramente, são fundamentais para que se possa ter uma vida sexual saudável e se nutrir dessa energia vital e criativa.
A crença em que é preciso manter uma ereção por horas e performar o tempo todo na relação sexual não contribui para o prazer de nenhum dos envolvidos no ato, e gera essa disfunção não tão simples de resolver. É preciso trabalhar a entrega e a permissão de ejacular, ela acaba sendo bloqueada por essas crenças ou por uma experiência traumática. A psicoterapia, em conjunto com a terapia tântrica pode ter resultados positivos muito significativos.
As manobras genitais utilizadas na massagem tântrica do método Deva Nishok foram desenvolvidas de uma forma que o corpo não reconhece como sexo. Justamente para que outros lugares, outras memórias, outras sinapses neurais sejam alcançadas com o trabalho. Não são manobras de movimentos masturbatórios convencionais, porque o corpo já tem esses registros e levariam a memórias sexuais. São manobras específicas, para acessar outros lugares que não são conhecidos com a masturbação.
Por isso que a massagem é tão eficaz em questões de disfunção sexual, porque são manobras na região genital que vão remeter a outro lugar, de permissão, de desbloqueio, de deixar fluir a energia sexual.
A forma como a massagem é realizada pode permitir novas sinapses neurais em cima de memórias de abuso, de abandono, de rejeição, de cobranças, de crenças pesadas e castradoras estabelecidas. Porque as manobras são diferentes, não vão remeter aos mesmos lugares já conhecidos.
Por mais que a pessoa não entenda, é possível que ao receber a massagem, o próprio corpo vá fazendo as novas sinapses neurais e pode ir ressignificando a visão em relação a ejacular, a gozar, em relação à permissão, em relação a sentir prazer. O trabalho é contínuo e progressivo. E vai atuando na desconstrução dos condicionamentos, das programações e vai ajudando a transformar as crenças e dissolver os traumas, reorganizando o poder de autorregulação corporal.