Diga-me Como Te Falas Que Te Direi Quem És
Comunicação Efetiva e o Tantra
publicado por Sasha - TANTRA TERRA
A comunicação é uma das nossas ferramentas mais efetivas ao qual possuímos e é o que nos diferencia dos demais mamíferos e animais sendo capazes de estabelecer comunicação verbal, não verbal, corporal, escrita, simbólica, dialética, interpretativa, e por aí caminhamos.
Um conceito interessante dentro de processos terapêuticos hipnóticos é que estamos o tempo todo num estado de hipnose, o tempo todo estabelecemos comunicação com nós mesmos a ponto de nos colocarmos em diferentes estados mentais e emocionais estabelecendo pactos e crenças dentro de nossa forma de experimentar nossas vidas.
Há também o conceito de que a própria hipnose não se trata de perder o controle da mente para outro pessoa, mas de estabelecer total controle da própria mente através da experiência, e isso fazemos conosco o tempo todo. Uma festa, palestra ou discurso que para você pode ser sensacional para outra pessoa pode ser terrível.
Dentro dessa perspectiva, esse padrão também ocorre com nossas experiencias diárias. Toda experiencia acontece duas vezes, a primeira como de fato ela decorreu diante de nós, e na segunda em como dentro de nós ela decorre. Temos cinco sentidos capazes de fazerem-se filtro para essas informações chegarem até nossas sinapses neurais, e estes cinco sentidos são trabalhados ao longe de nossas vidas até o momento de agora desde a infância, onde entramos em contato com esse vasto mundo sensorial do corpo.
Tudo inicia no corpo e termina no corpo. Ao nascermos nossos sentidos estão virgens, toda e qualquer experiência aprimora o que temos para descobrir com suas funcionalidades orgânicas, e na vida adulta tudo aquilo que estabelecemos de padrão devido a estas experiencias sensível-corporais traz algum padrão, memória ou mesmo lembrança na interação com estas vivências diárias de vida. Quer você esteja consciente delas ou não.
Da comunicação violenta a amorosa, tudo passa pelos nossos sentidos e tudo é aprendido pelo nosso corpo e mesmo pela nossa mente trazendo assim, nossa própria forma de comunicação interna. E algo aprendido, quer seja por habito, quer seja por incentivo dos nossos próprios ambientes, ficam conosco até nos darmos conta de quem somos por trás dos diversos personagens que estabelecemos pacto de vivência. Desde o papel da filha, da mãe, do marido ou do amante, do melhor amigo, do bom ouvinte, do preguiçoso ou do incapaz, do nervoso ao zen, tudo nos é ensinado antes de sermos de fato.
Na infância somos um retrato fiel daquilo que de fato somos/seríamos/seremos e aos poucos vamos sendo lapidados por diversas instituições para sermos quem devemos ser para a família, sociedade, parceiro, amigos e demais papéis sociais ao qual estabelecemos associação.
Na desconstrução dessa auto imagem-miragem, muitas vezes nos sentimos vazios em deixar ir aquilo que fomos ensinados a ser, para sermos quem de fato temos potencial para sermos. Por vezes apenas o processo de lapidação através da própria mente em articular uma comunicação efetiva usando ferramentas como PNL, neurotransformação ou mesmo hipnose ainda passandopela mente, precisam chegar até nossas emoções profundas para serem efetivadas com sucesso de atuação, porém estamos em mares revoltos com nossas mentes,onde há muita resistência das sombras em sobreviver a novos tempos de fluidez e entrega.
A chave que considero de suma importância para todo esse revés, é ativar justamente a nossa potência física, o início e fim de toda experiencia enquanto humanos no aqui e agora. Nossas consciências são ativadas e desativadas através do mesmo portal, o corpo físico.
Ao contrário da mente que pode articular, das emoções que podem se esconder, o corpo não é performático a ponto de gerar uma comunicação dúbia ou dual. Ele não se esconde, tudo que você é está no corpo. Há um método cientifico que desvenda que tipo de mente uma pessoa tem, apenas através da análise corporal, identificandocomo uma pessoa se comporta e como ela se portou ao longo da vida, isso inclui o processo básico das cinco feridas emocionais e sensações básicas ao qual todos estamos expostos na nossa infância: A rejeição, o abandono, a manipulação, a humilhação e a traição.
Essa ciência tem inicio no século XX, no auge da escola psicanalítica de Viena com o pai da psicanálise, Sigmund Freud juntamente com seu promissor discípulo WilhemReich, até que seus estudos e teorias sobre energia vital (que adoto por chamar de energia sexual) o transforaram num pária para a comunidade cientifica na época.
Quando salto com todas estas informações de como você se comunica consigo, com suas experiencias e memorias para os ensinamentos do Tantra, estabeleço aqui uma linha quase reta e tênue que leva a um único lugar, onde o que o corpo não é dual, não articula e não mente. A partir do momento em que você se debruça aos ensinamentos e a filosofia do Tantra tudo lhe é dado por direito e desvendado por prática. A nudez não é só física nos momentos mais profundos de toques e ativações corporais, você também é colocado diante do espelho com tal sinceridade e transparência que tudo lhe é descortinado a partir do corpo. Suas caixas pretas do inconsciente lhe são abertas uma a uma, cada vez mais profundo, cada vez mais ao cerne de quem é você aí dentro, lá no fundo. A comunicação baseada na sua verdade lhe é dada, os ruídos internos antes de sessarem são ensurdecedores, mas não seaflija, viver uma vida que não é a sua, pode lhe causar surdez.
Os gritos de um inconsciente que não é ouvido é muito mais incomodo e maior do que dar ouvidos ao que grita dentro de ti e clama por atenção e abrigo interior. A velha comunicação não lhe cabe mais, como uma roupa antiga de uma distante (ou nem tanto) infância que não lhe orna, não diz mais sobre você hoje, mas de quem esteve ali. Essa capacidade de viver duas vezes a mesma realidade pode ser totalmente acessível e transformada, numa das vezes com o que aconteceu de fato, e a outra com o que você recria dentro de você. Saímos de um estado inconsciente de hipnose e entramos num estado de consciência e domínio da comunicação que estabelecemos conosco por direito, tendo o efetivo controle de nossas mentes e de nós mesmo. Assim o corpo se liberta do que lhe tolhe a alma e cria potencia para o potencial que é você vivendo em si.