Terapia Tântrica: O Orgasmo É Uma Questão de Qualidade de Vida
A Terapia Tântrica promove uma ressignificação da sexualidade de quem a busca. Como terapia corporal auxilia no processo de reeducação sexual, uma vez que, devido ao contexto histórico, social, religioso e cultural, o que se recebe em termos de educação sexual é falho, muitas vezes não esclarecedor, e repressor, gerando crenças limitantes e condicionamentos comportamentais. É uma poderosíssima ferramenta para a cura de traumas e/ou bloqueios e amplamente indicada para o tratamento das mais diversas disfunções sexuais, entre elas, as mais recorrentes em sessões de atendimento: disfunção erétil (dificuldade de alcançar ou manter a ereção), ejaculação precoce (incapacidade de controlar o reflexo ejaculatório), falta de libido (falta de vontade ou interesse sexual), vaginismo (contração involuntária dos músculos próximos à entrada para a vagina), anorgasmia (impossibilidade de ter orgasmos) ou dispareunia (dor no ato sexual). Ainda, ela é uma excelente escolha para o caminho do autoconhecimento, pois promove uma ampla conexão com o corpo e descoberta de uma nova consciência corporal.
Mas o que será
que acontece com o corpo de quem se submete à uma sessão de Massagem Tântrica, abordagem
pela qual a Terapia Tântrica é baseada?
Se considerado que durante uma sessão de Massagem Tântrica, a chance de se ter orgasmo, seja ele de qual natureza ou intensidade for, aumenta; o que será que acontece, principalmente, no cérebro, o centro processador de sensações, sentimentos e emoções?
Recentemente, o site Science Alert publicou uma matéria sobre um estudo que foi realizado para saber o que acontece com o cérebro durante o orgasmo. Pela análise de imagens das tecnologias fMRI (Functional Magnetic Resonance Imaging) e/ou PET (Positron Emission Tomography) os pesquisadores puderam avaliar a atividade neuronal no cérebro e medir o fluxo sanguíneo cerebral dos candidatos. As principais conclusões a que esse estudo chegou, foram as seguintes:
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O córtex orbitofrontal lateral. Essa região é a sede do comportamento social e é a área responsável pela razão, tomada de decisões, julgamento de valores, medo e ansiedade. Eis que durante o orgasmo, essa região tem a sua atividade significativamente diminuída. Portanto, poderíamos dizer que ter orgasmos, auxilia no desenvolvimento da autoconfiança para combater medos, bem como, ser uma forma de vencer a ansiedade.
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Muitas partes espaciais do cérebro estão envolvidas para se ter o orgasmo. Entre elas: a) Tálamo, que integra informações sobre o toque, movimento e memórias sexuais; b) Hipotálamo, que produz a ocitocina e auxilia na coordenação da excitação e c) Áreas Motoras, responsáveis pela movimentação, principalmente pélvica, durante o estímulo sexual.
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Durante o orgasmo, ocorre a liberação de um hormônio chamado dopamina. Esse hormônio é responsável pela sensação de prazer, desejo e motivação.
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Também durante o orgasmo, ocorre a produção e liberação de prolactina, o hormônio associada à produção de leite e desenvolvimento das mamas. Esse hormônio é secretado tanto em mulheres como em homens e é responsável pela sensação de satisfação que surge após orgasmo.
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O orgasmo estimula o cérebro de forma semelhante de quando se usa alguma droga ou se escuta a música favorita. Ou seja, o cérebro não diferencia o prazer sexual de outras experiências prazerosas. Está localizado na parte frontal do cérebro, estando um pouco acima das órbitas oculares, e por sua vez, tem conexão direta com as áreas sensoriais e com as estruturas do sistema límbico relacionado à emoção e à memória.
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O cérebro libera substâncias que deixam o corpo menos sensível à dor. Com a ativação da glândula pituitária, localizada na base do cérebro, ocorre a liberação da ocitocina, endorfina e vasopressina, que promovem a diminuição da sensibilidade à dor, além de proporcionar a sensação de intimidade e de conexão.
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O orgasmo e a dor, ativam as mesmas áreas no cérebro. Talvez isso explicaria por que algumas pessoas associam o “sentir dor” com o “ter prazer”.
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Após o orgasmo, o cérebro também libera ocitocina, hormônio relacionado à capacidade de criar vínculos sociais e desenvolvimento da confiança. Sua liberação pós-orgasmo produz a sensação de felicidade e sonolência ao corpo, bem como, o aumento de serotonina, que promove o bom humor e relaxamento. Em algumas pessoas, também promove a vontade de ficar abraçadinho e tirar uma soneca.
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O corpo da mulher tende a seguir liberando ocitocina após o orgasmo, o que poderia explicar a motivação de muitas mulheres após o orgasmo.
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Em pessoas incapazes de sentir o estímulo genital, o cérebro pode “remapear-se” para permitir o corpo a sentir prazer. É possível sentir orgasmo a partir do toque na pele (o que talvez pudesse explicar o poder da Sensitive Massage, primeiro estágio da terapia corporal tântrica e carro-chefe de todo o trabalho desenvolvido durante uma sessão de massagem).
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O orgasmo pode ser uma forma de a natureza nos enganar para o ato da reprodução.
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Ter orgasmos ajuda o cérebro a se manter saudável, devido ao aumento do fluxo sanguíneo.
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E por último, ter orgasmos sugere que ocorre o estímulo da ovulação em algumas mulheres.
Pode-se- dizer então, que os nossos corpos, tanto do ponto de vista anatômico, fisiológico
ou biológico, vêm preparados com todas as ferramentas necessárias para o desenvolvimento
da sensação de satisfação, prazer e bem-estar, e consequentemente, com a capacidade de
autocura. Quando a barreira da descoberta do próprio corpo é vencida, a sexualidade e a
liberdade para sentir prazer e ter orgasmo, passa a ser algo natural e pleno, e é aí que a
Terapia Tântrica auxilia, mostrando e conduzindo para o processo de autocura e plenitude.
Conhecer o próprio corpo e permitir que ele aproveite ao máximo as suas capacidades
biológicas, é o mesmo que dizer que é possível treiná-lo para que a energia sexual seja
aproveitada de forma mais consciente e parcimoniosa. Quando se desperta para essa
possibilidade, há a oportunidade para o desenvolvimento da expansão da qualidade de vida
nas mais diferentes esferas, que segundo a Medicina Tradicional Chinesa, esse Chi sexual
(energia vital sexual) não só cura doenças, como também seria capaz de prevenir o
surgimento de outras. Talvez a frase que melhor expresse isso seja “An orgasm a day keeps
the doctor away” (“um orgasmo por dia mantem o médico afastado”). Ou seja, é uma questão
de qualidade de vida.
Referências Bibliográficas
* Duna, F. & Goldberg, P. Jogos de Paixão – Técnicas orientais milenares para alcançar a
felicidade e bem-estar através do sexo fantástico. Editora Record. Rio de Janeiro-São Paulo. 1999.
* Site Science Alert – Artigo original publicado e disponível em https://www.sciencealert.com/here-
s-what-happens-to-your-brain-when-you-orgasm - Acessado em fevereiro de 2020.
[ arte ilustrativa: "Ode to Orgasm" - Peter Van Straten ]