Antes de se preocupar, questione-se se depende de você
publicado por Deva Harischandra
São tantas as preocupações que rondam nossas mentes e as permitimos tirar a nossa paz desde a infância e ao longo de toda a nossa vida.
É tanta pressão que podemos chegar a acreditar que nossa vida é horrível, que somos desprezíveis, que a vida é uma luta, que é assim mesmo... Isso por conta do tanto de preocupações que nos atormentam.
São tarefas que devemos cumprir com perfeição, pessoas a que somos comparados o tempo todo, coisas das quais somos pressionados a gostar, pessoas a que temos que agradar, personalidades que temos que assumir, coisas que não nos fazem sentido e temos que aprender, padrões que nos ensinam que devemos seguir, expectativas a atender, partes nossas que temos que reprimir para nos sentirmos aceitos, títulos e bens a conquistar, dívidas a pagar, status a atingir...
Tanta coisa. Cedemos tanto, nos acostumamos, entramos na engrenagem e levamos nossa vida como a sociedade espera que façamos.
Vivemos preocupados com tantas coisas que fogem do nosso controle e que de verdade não são importantes. Mas nos ensinaram que são. E não cumprir com todas as obrigações que julgamos que precisamos, nos gera um mal enorme. Sofrimentos de adoecer a alma, a mente, o corpo físico e emocional.
São tantos danos causados por não sabermos como manter a paz interior por coisas causadas externamente, por coisas que não dependem de nós. Devido ao medo que temos, construímos um ego, que muito se incomoda com a visão dos outros sobre ele. Que não consegue discernir o que de fato importa ou não. O ego tem medo de perder a aceitação e a admiração do outro, de ser visto como irresponsável, de ser apontado como aquele que errou, que é desajustado, que está fora do padrão...
Na página 155 do livro do Osho, Coragem – O prazer de viver corajosamente, está escrito: “O ego sempre vem do medo. Uma pessoa realmente destemida não tem ego. O ego é uma proteção, uma armadura. Como você está com medo, cria ao seu redor uma impressão de que você é assim e assado, isto e aquilo, sabe? Assim ninguém ousa ferir você, tirando isso, é basicamente medo. Ótimo! Você olha dentro dele profunda e diretamente. E depois que vê a causa básica, as coisas começam a ficar muito simples. Se não for assim, as pessoas continuam a brigar com o ego – e o ego não é o problema real. Se lutar com o ego, você está lutando contra um sintoma, não contra a verdadeira doença. A verdadeira doença é o medo. Você pode continuar brigando com o ego e dará com os burros n’água, pois o ego não é o verdadeiro inimigo, é um farsante. Mesmo que você ganhe, não ganhará nada de fato. E você nem pode ganhar – só um inimigo de verdade pode ser vencido, não um inimigo de mentira que nem sequer existe. É uma fachada. É como se você tivesse uma ferida feia e colocasse uns enfeites nela para lhe dar uma aparência melhor.”
Que a gente consiga se encontrar, se conhecer, vencer nossos medos e internalize verdadeiramente que não vale a pena a preocupação, se consumir com algo que nada depende de nós, a perda da paz, e todos os males que as preocupações nos causam.
Se for algo que possamos resolver, ou ajudar, que o façamos com sabedoria.
Se erramos, que possamos reparar no que possível e aproveitar o aprendizado para não errar novamente, nem permanecer no erro. Que saibamos nos perdoar e seguir em frente.
E se nada podemos fazer diante de algo que independe totalmente de nós, que saibamos concentrar nossa atenção, pensamentos e energia em coisas produtivas e positivas e não em coisas que somente vão nos consumir sem nenhuma utilidade.
Se algo não depende de você, se não há algo que você possa fazer para melhorar, solte-o.
Muita luz pra você!