O Corpo
publicado por Deva Harischandra
- Você já maldisse alguma parte do seu corpo?
- Já sentiu ódio de algum pedacinho seu?
- Já fez um mal enorme às suas células desejando que seu corpo tivesse outra aparência?
- Já fez maldades com o seu corpo para atingir um determinado padrão de beleza ou para cumprir com alguma “obrigação social”?
- Já transou sem vontade só pelo fato da outra pessoa ser seu(ua) parceiro(a)?
- Você já negligenciou o seu próprio prazer?
- Já passou por situações violentas?
- Teve complexos?
A todos esses questionamentos, a minha resposta é: Sim, eu já!
Um breve histórico
Desde muito cedo, internalizei que deveria me sentir feia, pouco inteligente, incapaz, inferior, não merecedora de muitas coisas que desejava...
Por questões culturais e sociais, cresci com enormes complexos, tinha muita vergonha de mim. Sempre muito magrinha, morria de vergonha do meu corpo, detestava deixar minhas pernas à mostra. Cresci em uma cidade de praias lindas e raras vezes me permiti me deliciar no mar tão exuberante desse lugar durante toda a minha adolescência e parte da vida adulta.
Sempre adorei a sensação de estar no mar, mas me privei por vergonha do meu corpo, por medo dos olhares e julgamentos alheios, por não me aceitar. Passei calor usando calças para esconder as minhas pernas, odiei meu corpo por muitas vezes.
Passei a adolescência esperando que meu corpo se transformasse, sempre carregada de complexos, me escondendo, me sentindo horrível, me odiando...
Mudanças de paradigmas
O Tantra me mostrou o caminho da aceitação, do amor próprio, da totalidade. Me mostrou que desconstruir todas essas crenças, dores, mágoas e se autodescobrir, se autocurar de tudo isso, se aceitar e se amar é indescritivelmente maravilhoso.
Como é delicioso ter a consciência de que o passado é um lugar onde não vivemos mais, que é possível caminhar sem dor, sem aqueles pesos que nos faziam mal, não mais naquele lugar de vítima, mas levar a vida de uma maneira leve, como protagonista da própria história e olhar pra trás com gratidão por ter vivido tudo o que viveu e por ter se tornado a pessoa que é hoje.
O Osho fala no livro do Ego, que a gente cria modelos impossíveis de alcançar e que a condenação e a culpa vêm desses modelos. Porque a gente é comparado o tempo todo não só pelos outros, mas pela gente também.
Ele fala que a gente deve substituir a palavra perfeição por plenitude. Não buscar ser perfeito, mas pleno. E nos aceitarmos como somos “perfeitamente imperfeitos”.
A gente adquire ao longo da vida verdades que não existem, medos que não fazem sentido por causa da visão do outro, crenças que assumimos como nossas, mas que não são nossas.
Quantas vezes nos cobramos mais que o necessário? Quantas vezes nos culpamos excessivamente? Nos julgamos de forma exacerbada? Nos criticamos? Quantas vezes somos legais e compreensivos com os outros e duros e agressivos com nós mesmos?
Deixemos para trás esses velhos e repressores modelos. Sejamos plenos!
O Tantra e o meu corpo
O Tantra é a fonte de coisas libertadoras na minha vida, seja no âmbito material, emocional ou espiritual.
A terapêutica tântrica de uma forma geral, seja através das meditações ativas, das vivências de renascimento, das respirações, da massagem tântrica, de todas as dinâmicas que vivenciei na Comunna Metamorfose e no Espaço Satya, foi extremamente significativa na minha vida.
Mas eu vou falar de uma forma mais específica sobre como a terapêutica tântrica me ajudou com tudo isso. Desde que tive meu primeiro contato, em janeiro de 2018, nunca mais deixei de vivenciá-la. E o desenvolvimento que tive ao longo do tempo me trouxe grandes mudanças.
- Autoaceitação: A terapêutica tântrica me abriu pra vida de uma forma linda. De uma forma muito rápida, fui melhorando a minha relação com a minha imagem, fui passando a me amar, passei a lidar com a nudez de uma forma muito natural, passei a me importar cada vez menos com opiniões e julgamentos alheios.
- Autoconhecimento: Fui ficando mais consciente de quem sou e do que sou capaz, fui descobrindo o meu poder pessoal, tomando consciência da força e poder da Kundalini, do quanto eu sou responsável pela vida que tenho, de que a vida é um aprendizado, aprendi que em todas as coisas da vida há o que aprender, que viver é estar no presente, que somos energia e atraímos as energias que estão na mesma sintonia que nós.
- Autocura:
Ao longo das muitas vivências, vivi processos de cura incríveis, joguei pra fora muitas coisas guardadas nas profundezas da minha alma. Entre elas, complexos, medos, dores relacionadas à família, crenças limitantes, sentimentos de posse e ciúmes, sentimentos de competição com as outras mulheres, amarras culturais, limitações, inseguranças... Ressignificar isso tudo me fez um bem indescritível. Durante esses processos podem vir à tona coisas que ficam guardadas dentro de nós nos fazendo mal. E é um alívio imenso tirar de dentro da gente tantas coisas ruins.
Isso ocorre porque essas práticas nos levam a um estado de não-mente. E é nesse momento que podemos entrar em contato com memórias muito íntimas, encará-las e ressignificá-las. - Visão sobre a sexualidade: Os resquícios que eu tinha das visões culturais que influenciaram o meu pensamento acerca do sexo e da sexualidade, de que seria errado, feio, ruim, promíscuo, degradante se dissiparam por completo. Hoje tenho o entendimento do sexo e da sexualidade como algo muito saudável, bonito, sagrado, necessário para que sejamos felizes e plenos, a fonte geradora da vida.
- Saúde e bem estar: Sinto-me revigorada, cheia de energia. Algumas práticas tântricas nos propiciam sentir uma deliciosa sensação de relaxamento muscular, liberam uma enorme quantidade de hormônios que provocam uma intensa sensação de bem estar, tais como a ocitocina, a endorfina e a serotonina.
- Consciência corporal e energética: Hoje conheço o meu corpo, o potencial energético que possuo, sou extremamente grata por saber o quanto de sensações que antes eu jamais imaginei o meu corpo é capaz de sentir.
É claro que ainda tenho minhas dores, crises, inseguranças, angústias... Mas hoje, reajo de forma muito mais consciente e acolhedora em relação a elas. E sei que estou no caminho, no meu tempo.
Mas posso assegurar que minha vida se transformou um monte. Por tudo isso, sou muito grata ao Tantra e hoje tenho o privilégio de trabalhar com a terapêutica tântrica e facilitar a pessoas, processos de descobertas sobre si mesmas. E estou à disposição para conversar sobre esse trabalho tão revelador, libertador, transformador e significativo.
Gratidão!