O Sol e a Sombra
Um caso real e atual de amor e dor, uno e coletiva!
publicado por Sasha - TANTRA TERRA
Bem-vindos ao ano do Sol! Nosso astro regente desse ano nos surpreendeu com alguns acontecimentos que, sinceramente, quem não esperava uma grande virada estava vivendo num mundo paralelo, mundo esse habitado por questões individuais, independentemente de quais forem, que não permitem você perceber o contexto universal ao qual você faz parte.
Como todos sabemos o Sol ilumina, aquece, expõe tudo aquilo que está escondido, quer seja por falta de atenção, negligencia, negação ou qualquer outra motivação que não se queira de fato olhar para o que se têm. Então, chega nosso astro rei e descortina, mesmo você não querendo, já que não é mais escolha sua, pois é a energia que ele fornece num sentido coletivo de regência. No sentido individual é nosso poder pessoal, nosso Manipura, o terceiro chackra, aquilo que temos internamente como empoderamento, qualidades, essência, força e vitalidade, e quanto mais alinhado você está, maior seu poder de ação e realização.
Nos vemos num cenário atual crucial para compreendermos que precisamos olhar para nós, para nossa essência e coletividade para podermos voltar a encarar o universo que teremos lá fora quando tudo isso acabar. Umas das leis herméticas que regem nossa realidade no planeta, é a leia da correspondência que diz: “o que está em cima, é como o que está embaixo. O que está dentro é como o que está fora”, ou seja, consciente e inconsciente, dentro e fora em constante troca, e já te conto onde a manifestação do Tantra entra nesse capítulo histórico em nossas vidas.
Antes de ampliar essa questão trazendo mais profundidade, quero trazer à tona uma visão sobre o simbolismo do Corona e todos os vírus de alguma forma que habitam nosso meio, integrando uma compreensão biológica sobre do que se trata o tal Covid e o nosso momento atual no tocante das sombras da humanidade, agora revelada sob os auspícios do Sol como regente do ano, nos trazendo uma oportunidade de mutação universal.
Biologicamente um vírus se traduz em uma estrutura molecular, que interage com a vida de uma célula, ou seja, ele não chega nem especificamente a possuir vida, porém, em contato com vida celular, tem uma capacidade de auto replicação imensa, produzindo cópias de si mesmo, adquirindo espaço, se reproduzindo, afinal, essa é sua programação funcional.
Já as sombras da humanidade, ou mesmo as suas sombras, elas vêm com uma programação de replicação de algo que é só nosso, um espelhamento, fazendo parte inclusive de uma estrutura tanto individual quanto coletiva, nós caminhamos e ao nos conduzirmos, conduzimos também nossas sombras, inerente a nossa natureza.
Ilustrando a questão que estamos vivendo agora a nível mundial, ou seja, nossa sombra coletiva, o que condiz com o comportamento desse vírus é muito parecido com o que vivenciamos no nosso sistema econômico de produção mundial, acima da vida, acima de um processo de resguardo em quarentena, acima de qualquer forma de governo ou benfeitorias em recuperar aquilo que usa para se expandir, tomando para si os recursos da natureza e se alastrando, apossando-se de tudo em disponibilidade e alargando-se ao máximo. Um sistema tão invasivo quanto o próprio comportamento do vírus, que se retroalimenta com muita eficácia.
Até que... algo muito maior que os nossos sistemas estabelecidos, foi freado pela própria natureza impondo seus limites com seus próprios recursos. Fomos convidados a parar, irmos para nossas casas, nosso interior mais profundo, para repensarmos nossas vidas, nossas atitudes, nossas próprias sombras e falências em percepção do que se é, do que estávamos alimentando como coletividade, mostrando um sistema defasado, saturado, doente. Um fenômeno global, que nos convida a repensarmos nossas atitudes como indivíduos.
Depredamos a tal ponto o meio ambiente e nosso semelhante, que fomos obrigados a nos retirarmos, e quando retornarmos ao mundo lá fora, não será mais como quando nos encarceramos dentro das nossas casas. Agora resta saber se esse tempo de reflexão e vivência conosco e/ou com quem dividimos esse ambiente íntimo, nos impulsionará a vivermos da mesma forma, sem um pingo de consciência das nossas próprias sombras e não manutenção de nossas próprias projeções, ou se buscaremos melhores recursos em detrimento do eu e automaticamente de nós.
Nestes últimos anos de sua vida o quanto você explorou os seus amigos, familiares e semelhantes, sua saúde, seu corpo, sua energia sexual e emocional, seus recursos, em benefício de um fator de sobrevivência, gerando acumulo ou até mesmo tendo seus desejos satisfeitos, muitas vezes as custas de passar por cima do outro, não revelando sua verdadeira intenção?
Individualismo, consumismo, inveja, raiva, manipulação, mentira, tudo isso vai ser colocado em cheque nesse isolamento, com você mesmo e com os mais próximos de você. O que você de fato precisa para (sobre)viver melhor depois desse freio? O que te faz em valor sendo humano e o que traz valor em vida humana? Chegou a hora de despertar, pelo menos em alguma parte de si para que sobre o todo se tenha um efeito de algo mais consistente que a grande falha que vivemos nos apoiando como solo fértil e firme. Desmoronou. Sua máscara caiu, nossa máscara caiu, fomos revelados a luz do dia, debaixo do sol, projetando nossas sombras sob o asfalto. Mas vale lembrar que essa sombra não é nossa totalidade. Somos um sistema complexo, como coletividade e quanto nossa individualidade.
Convidados a contribuir com mais consciência, mais valor a tudo que nos cerca, desde nossas relações até ao que consumimos, seja o alimento a notícias num dia, seja o sol, um riacho, uma árvore, um abraço, uma caminhada ou conversa e tudo o que é de fato essencial a nós como humanos. A natureza lá fora está se recuperando de uma grande ferida. Rios se limpando, o céu clareando, animais tomando liberdade de espaços, plantas crescendo, e você, para onde está se expandindo nesse movimento? Retomando ao seu poder pessoal? Ao seu sol interior?
Sendo o Tantra uma série de ensinamentos e filosofias comportamentais, além de recursos internos disponíveis que todos temos inerente ás nossas vidas e a um sistema matriarcal, que não diferente do próprio sistema planetário, que gera e nutre, um corpo feminino que nos abriga, sendo que vivenciamos a nossa humanidade através da vinda ao corpo físico por uma mulher, estamos sendo convidados, mais do que nunca, a integrarmos nossos sistemas, lá fora e aqui dentro, no seu íntimo. Saídos de um corpo feminino e habitamos outro.
O que te motiva às relações, e suas ações? E como você se trata e em consequência trata o outro? O que se permite ou vê e se deixa permitir de forma passiva? Qual sua contribuição para si e para o outro de forma ativa? Aquilo que se aprende hoje com traços de dor, na verdade tem um grande amor envolvido, para que surja de forma intrínseca ao período, a sua própria consciência que é convidada de dentro para fora a atuar num mundo externo. Mas anterior a isso, precisa ser vivido internamente a ponto de se tornar a sua verdade, o seu poder, o seu sol. Bem-vindo ao novo mundo, novo ser. O maior ato de amor de uma mulher é parir, e isso vem acompanhado de uma imensa dor, a mesma que você terá que enfrentar ao encarar o desconforto das próprias sombras, mas que serão necessárias ao abrir os olhos e ver que o universo todo te espera para um grande crescimento em co-criação, não mais exploração, incluso de si mesmo.
É assim que o Tantra gera mudanças para si, trazendo sua verdade, transformando em poder, e gerando recursos válidos para que lide com tudo que é seu, consequentemente, tudo que é nosso.
[ art "Morning Sun" by Edward Hopper ]