Ação real e o abraço da vida de acordo com o Tantra
publicado por Deva Bebaak (Breno)
As análises das situações da vida fazem com que a gente tenda a ver as coisas e os processos de um jeito #dual. Tudo bem, faz parte do curso de crescer por dentro. Mas um revés que pode vir daí é o seguinte: o dual não permite entrar no viver do real. No entanto, pode sim servir como ponto inicial em uma etapa inicial da #existência. Mas o crescer interno e o passar por experiências dentro da trilha do Tantra trazem à consciência o que significa a “ação real”.
Assim, com a presença do dual, fica mais fácil de lidar com o script do que é narrado. Ele, por sua vez é diferente de “real”, ou da #verdade, quando se trata em termos de linguagem. As palavras tem uma dimensão restrita, são uni direcionais. E por isso ajudam a mente a ficar no vai e vem zigue zague típico. A questão é que entender a vida não dual entra em uma dimensão de amor e aceitação; o dual não entra, porque se alimenta da #luta, do conflito entre mocinho e do bandido.
O ato de abraçar a vida como ação real
Sempre saem na #mídia questões como os #abusos, sejam morais, sejam sexuais, sejam de poder. E tudo bem, faz parte da dimensão da comunicação chamar atenção a partir de algo que seja espantoso, cômico ou escandaloso. E dentro da lógica da luta, do estar dual, com certo e errado, o ringue já está montado, com pipoca e tudo o mais. Agora, supondo que deus existe, e é o absoluto, então, o demônio não poderia ser senão uma parte dele.
Enquanto o livre arbítrio em real se trata de uma #ilusão: ele não per se. Isso pode soar um pouco polêmico para quem desconhece estudos científicos que demonstram que o cérebro tem um estado fisiológico que precede a decisão. Ou seja, a sucessão de fatos que se transforma pouco a pouco em futuro, já ocorreu.
Isso está presente em um dos 112 Sutras do Tantra Original: “não escolha”. É tão difícil, mas a prática de seguir a viver o aqui e agora dá um suporte para o Sutra. Mesmo que o aqui e agora da pessoa seja trabalhar com o ‘julgar’, ela pode seguir de forma tranquila, sem apego ao peso da decisão.
O passar do tempo promove uma expansão: a consciência. A pessoa com mais consciência faz escolhas melhores, mas não que a pessoa precisa se “preocupar” com a natureza de suas escolhas nem há necessidade de se por em qualquer umbral. O aqui e agora faz parte da única escolha factível.
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Publicado originalmente em https://attitudetantra.com em 8 de Maio de 2021