A importância da movimentação energética na massagem tântrica
publicado por Fel Mendes
Dia de atendimento com massagem tântrica sempre mexe comigo. A começar pela imensa troca de energia que acontece ali. Invariavelmente, sendo uma troca harmoniosa ou tempestuosa, termino cada sessão precisando de um tempinho para recolocar as coisas no lugar, reestruturar a minha própria energia. Parte do processo de aterrissagem é a uma mentalização: “o que é meu é meu, o que não é meu, não preciso”. Para os interagentes, costumo deixar um banho de alfazema azul para ser tomado antes de ir pra cama. A sensação de tranquilidade ajuda na integração do que foi movimentado.
Em cada massagem, muita energia é ativada. Vibrações leves e densas. Quem já passou ou conduziu uma sessão, sabe do que estou falando. Tanto quem recebe, quanto quem faz, saem tocados por este turbilhão energético. Desde a contagiante, e boa, energia que vem da sensação de prazer até chakras que estavam com nós e voltam a vibrar.
Aquela poeira que havíamos colocado para baixo do tapete que, com o chacoalhão do hiperorgasmo, pode vir à tona para ser ressignificada. A elevação da kundalini, que é justamente o maior objetivo da linha tântrica , é uma forma muito prazerosa de ampliar a consciência. Mas nem sempre o caminho é fácil.
Nos acostumamos com nossas próprias couraças como roupas que vestem apertado, mas parecem familiares. Elas nos ajudam a sentir menos. Porque, tem algo que nos diz, instintivamente, que quem sente menos, sofre menos.
O trabalho do terapeuta pode ser mais ou menos facilitado de acordo com as couraças de cada um. Mas quem conduz a experiência é quem está recebendo a massagem. É a própria pessoa que dita os caminhos internos que trilhará. As portas que irá abrir. A liberdade que se permitirá sentir. O papel do terapeuta é guiar. Como alguém que aponta a direção e diz: confia em mim e vai pra lá que eu vou estar aqui pra te segurar.
É preciso ter muito apego às próprias barreiras internas para passar incólume por todos os estímulos em uma sessão de massagem tântrica. Não é só o toque amoroso, mas a luz que muda de cor de acordo com chakra que está sendo estimulado, o cheiro da Água Florida que traz serenidade, o som de 528 hz que ajuda a facilitar a expansão da consciência, a respiração consciente.
E é isso que torna toda essa interação poderosa, intensa e lindíssima.
Nem toda sessão é o que se espera. Aliás, talvez nenhuma. Porque a expectativa projeta uma imagem mental. E sentir é mais potente do que pensar.
Andamos muito centrados na racionalidade. Parece que é uma forma de evitar pirar com tanta maluquice rolando no mundo. E esse bloqueio vai nos impedindo apreciar a beleza da caminhada que é a vida.
O orgasmo é uma forma e tanto para nos lembrar de sentir. Não o orgasmo psicogênico, resultante das artimanhas da mente, dos fetiches e da imagem. O orgasmo sinestésico, que vem do corpo todo e se espalha pelo corpo todo.
É a sensação de perda do controle diante de um tsunami de prazer. Essa é energia que gera a vida. E faz a vida continuar vibrante. Pulsando. Como ela deve ser.