Plantas Medicinais
As plantas medicinais e o ambiente natural apresentam uma grande ligação com a humanidade na história.
O termo fitoterapia se origina do grego phyto, que significa planta, e therapeia, que tem o significado de tratamento. Ou seja, a fitoterapia se dedica ao estudo das plantas medicinais e suas possíveis aplicações no tratamento de doenças e na busca do bem-estar. O uso de plantas medicinais é conhecido desde 5000 a.C., onde os seres humanos utilizavam as plantas como recursos terapêuticos e de sobrevivência. Relatos descritos por civilizações, tais como Índia, China e Egito, deixaram registros sobre os conhecimentos das plantas, para fins alimentícios, medicinais e cosméticos. Atualmente, seu uso vem crescendo no Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente pela população que busca um tratamento alternativo e complementar, considerando ainda que muitos médicos têm adotado as plantas medicinais como medicamento nos mais diversos quadros clínicos (SIMÕES, 2017; MINISTÉRIO DE SAÚDE, 2006). A humanidade utiliza plantas medicinais como ferramentas terapêuticas há milhares de anos. Algumas civilizações consideravam o uso da fitoterapia algo mágico e sobrenatural, e não apenas curativo (CORDEIRO, 2005; TAXAS, 2001). Relatos encontrados, como no papiro de Ebers, comprovam o uso de plantas medicinais para fins terapêuticos evoluindo até os dias de hoje (HALLMANN-MIKILAJCAK, 2004). Paracelso, médico considerado o criador das bases para a medicina natural, correlacionou a estrutura das plantas com a anatomia de alguns órgãos e indicações de uso, relatando o uso de medicamento utilizados até hoje – como por exemplo o uso da batata yacon, pois sua estrutura lembra o pâncreas e tem indicação de uso para Colesterol alto, diabetes, prevenção do câncer de cólon, osteoporose, auxiliar na absorção de cálcio e de vitaminas (HALLMANN-MIKILAJCAK, 2004).
Em meados de 1800, as plantas passam a ser estudadas como principais constituintes dos fármacos, além de ativos sintetizados para desenvolvimentos de novos medicamentos, nascendo assim a indústria farmacêutica. Em 1897, a Bayer sintetizou a Aspirina. Até hoje a medicina de terapia natural é muito utilizada no Ocidente, sendo a Alemanha o primeiro e maior no ranking dessa terapia, onde as prescrições fitoterápicas representam cerca de 40% das indicações. Outros países, como França, Bélgica, Suécia, Suíça, Japão e Estados Unidos, também fazem uso dessa terapia fitoterápica, com trabalhos científicos publicados. Já a China é considerada a campeã na indicação e utilização de medicamentos naturais, onde somente esses são substituídos por alopáticos quando não se encontra um substituto na fitoterapia. Uma fórmula fitoterápica chinesa pode englobar seis ou mais plantas, as quais podem impedir efeitos colaterais indesejados a encaminhar os agentes principais ao local da doença.
A Fitoterapia no Brasil, existe principalmente no mercado informal e principalmente orientada pelo conhecimento popular. Isso se dá por encontrarmos diversos grupos étnicos e uma grande diversidade do ecossistema. Na década de 1980, o Ministério da Saúde adota o uso de plantas medicinais como terapia alternativa e inicia o programa de pesquisas, com embasamento científico para tais terapias alternativas. Como as políticas públicas voltadas para o incentivo e uso a fitoterapia está cada vez mais em evidência, as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde buscam facilitar o acesso da população às plantas medicinais e aos fitoterápicos implantando programas, diminuindo assim a carência de medicamentos, além de promover a qualidade de vida de comunidades carentes. Mesmo com o incentivo governamental pelo uso de plantas medicinais e fitoterápicas, como opção
de tratamento primário à saúde, necessita-se de maior incentivo e adesão a essa prática complementar.
Fitoterapia é o tratamento em que se utilizam plantas medicinais, sendo assim, suas preparações originam-se de diversas partes das plantas, em sua forma bruta como princípio ativo. Plantas medicinais são definidas como aquelas capazes de produzir princípios ativos que possam alterar o funcionamento de órgãos e sistemas, restaurando o equilíbrio orgânico.