O que é Constelação Familiar?
Constelação familiar é um processo terapêutico em que se utilizam representantes para acessar as memórias ancestrais em busca da solução de um determinado problema (tema). O constelador (quem conduz a constelação familiar, terapeuta) realiza uma breve investigação de fatos da história familiar buscando padrões. Geralmente, o tema está relacionado com algum tipo de repetição indesejada e pode ser em diferentes áreas da vida: financeira, relacionamento amoroso, trabalho, saúde, pedagógico, entre outros. A área da vida não será o que definirá o tema. O tema tem que ser o mais específico possível. Por exemplo: se falamos da área financeira, o tema pode ser ganhar dinheiro, ou economizar, planejar, não conseguir conquistar o que deseja com o dinheiro, entre outros. Sendo assim, temos uma infinidade de temas dentro de uma única área da vida.
Constela-se um tema por vez, não é possível constelar mais de um tema por constelação. E não se constela o mesmo tema mais de uma vez, pois, se o tema já foi trabalhado, existe um tempo para que a solução se apresente na vida da pessoa. Às vezes, a pessoa se deparou com uma realidade que ainda não conhecia e precisa de um tempo para assimilar, ou estava em conflito interno, sendo assim, quem constela pode ver o resultado logo após a constelação ou até em 03 anos após a realização dela, depende muito de pessoa para pessoa.
Quando constelamos, buscamos resolver emaranhados que são situações, fatos que ocorreram no passado e que nos afetam hoje. Podemos conhecer ou não esse emaranhamento, por exemplo: um constelando (quem traz o problema para ser constelado, cliente) pode relatar que a avó era desastrada e vivia roxa, pois caía muito e se machucava muito nas coisas. Esse constelando, investigando mais sobre a história da família, acaba descobrindo que a avó, na realidade, sofria agressão do avô e todo mundo na família fingia que não sabia da situação, sem olhar para o problema e negando a situação. Esse emaranhado pode causar dinâmicas relacionadas à violência para os ancestrais da avó, pois é uma dinâmica que existia na família e ninguém queria olhar. Alguém de uma geração mais nova pode repetir e pegar essa dinâmica por amor à avó. Como se dissesse: “Eu te vejo, minha avó, por isso faço o mesmo para te incluir e incluir essa dinâmica da minha família”. Olhando para avó e olhando para esse emaranhamento, o constelando consegue ressignificar o ocorrido, e, dessa forma, conquistar a cura, quebrando um padrão, sentindo- -se livre para fazer diferente sem a necessidade de repetir os passos de seus ancestrais.
Por que alguém repetiria algo que não é bom? No exemplo anterior sobre a avó, quem gostaria de ser violento ou sofrer agressão? Como funciona essa inclusão se avó já faleceu? Quem se sujeitaria a sofrer simplesmente para ver que a dinâmica existe na família?
Falando em linhas gerais, essa avó pode ter se sentido excluída da família, incompreendida, ou até mesmo julgada pela família por permanecer casada com seu agressor. Hellinger diz que, muitas vezes, para incluir algum ancestral, repetimos seus passos. Como se disséssemos: “Pode parar de sofrer que eu resolvo a partir de agora”. Como uma mãe que, se tivesse escolha, preferiria ficar doente do que ver seu filho doente. Inconscientemente, preferimos sofrer do que vermos quem amamos sofrendo. Dessa maneira, conhecendo ou não essas dinâmicas, repetimos e, assim, vão se formando padrões na família ou na nossa vida, pois, muitas vezes, é difícil resolver ou se livrar desses
padrões. Por essa razão é que entramos em negação, ou olhamos para a história similar de nossos parentes com desdém, com julgamento, e nos colocamos no lugar de vítimas, enfim, por uma série de motivos, não olhamos para a solução do problema e repetimos os padrões mesmo não gostando disso. Segundo Hellinger, a solução está na mudança entre “o eu” e o “próprio ser” ampliando as possibilidades, ampliando o olhar para o sistema como um todo,
não somente para o indivíduo.