Sabe quando dói na alma?
publicado por Deva Harischandra
Há tantas situações na vida em que isso pode acontecer... O que te tira do sério? Tira a sua paz? O que te traz a raiva à tona em questão de segundos? Te faz reclamar, xingar ou espraguejar?
Trânsito?
Dar uma topada?
Ambiente barulhento?
Um estilo de música que você não gosta?
Machucar o dedo em uma maçaneta quebrada?
Coisas fora do lugar habitual?
Gente grosseira?
Gente andando devagar na sua frente?
Gente que não responde ao seu: Bom dia!?
Situações machistas, racistas, homofóbicas, ou preconceituosas em geral?
Corrupção?
As coisas que considera defeitos nos outros?
Quando quem você ama não corresponde a esse amor na mesma medida?
Quando você é injustiçado ou presencia uma situação injusta?
Quando você é julgado e condenado pelos olhos da ignorância?
Quando você se permite afetar pelas atitudes maldosas de outros?
Quando você busca acolhimento e encontra dureza, frieza e indiferença?
Quando você sofre abusos de qualquer natureza?
Quando você confia e é traído, ou quando te contam mentiras?
Quando você se entrega e acaba ferido?
Quando você é gentil e recebe grosserias?
Dentre tantas outras possibilidades...
Às vezes, ao passarmos por essas situações, é comum que a raiva apareça e tome conta de nós. Existem tantos outros sentimentos escondidos por trás da raiva... O que fazer quando ela vem à tona? É possível ter controle sobre ela?
Seria ótimo se todos nós conseguíssemos não nos deixar abalar pelas coisas que acontecem do lado de fora da gente. Pelas coisas que fogem do nosso controle, que não dependem de nós.
Mas nem sempre é possível não baixar a vibração e manifestar esses sentimentos mais pesados. Mas que fazem parte de nós e podem emergir. E sim, está tudo bem.
O que fazer com esses sentimentos? Seria maravilhoso ter uma fórmula, uma receita pronta para transmutá-los em sentimentos elevados... Mas eu não tenho.
Reprimir não é uma boa ideia, pois, eles acabam crescendo e vão explodir em um momento ou outro, talvez causando danos ainda maiores.
Ir tirar satisfação com as pessoas que tiveram as atitudes que nos causaram afetação no calor do momento, tomados pela dor, mágoa, tristeza, ressentimento ou raiva, também não seria uma boa alternativa, já que poderíamos proferir palavras horríveis, carregadas de coisas que nem pensamos, mas que tomados pela vontade de ferir, jogamos ao vento... Palavras não voltam depois que foram ditas e podem acabar gerando estragos que podem ser irreversíveis. Silenciar com essas pessoas pode ser a melhor opção no momento.
Ouvir de outras pessoas quando estamos no auge da raiva: que devemos respirar, que somos 100% responsáveis por nossas vidas, que devemos buscar uma terapia, que devemos trazer luz às nossas sombras, pode até ser verdade, mas pode gerar uma ira ainda maior no turbilhão de sentimentos em que está o nosso ser e piorar ainda mais a situação.
Cada um pode encontrar a resposta dentro de si. Como posso liberar a raiva e todas as outras emoções e sentimentos dolorosos que vieram à tona de uma forma saudável?
A mim ajuda muito a prática do muay thai. Faz anos que faço essa liberação energética através desse esporte. Certamente qualquer outra atividade física com um desgaste energético similar pode ajudar nessa questão. Cabe a cada um perceber o que tem mais a ver com o seu espírito.
As meditações ativas também são uma ótima pedida para expressar e liberar essas dores de uma forma positiva. A Meditação Dinâmica, o Giro Sufi, a Meditação Chakra Breathing, a Meditação Nataraj, a Meditação Heart Chakra, entre outras, são excelentes exemplos de práticas que podem propiciar a transmutação dessas energias mais densas.
Ouvir música, dançar, gritar, fazer uma caminhada, socar travesseiros, também são formas de aliviar a alma.
Tomados pela raiva, podemos cometer muitos desastres. Portanto, sejamos cuidadosos ao tomarmos consciência dela. Perceber o que nos tira do sério já é um grande passo para que a gente consiga não se deixar ser dominado por ela.
Há muitas outras formas de canalizá-la para algo produtivo ou pelo menos não prejudicial a nós mesmos e àqueles que estão à nossa volta. Cada um pode encontrar a melhor alternativa para lidar com a própria raiva.
Que a gente consiga reconhecer os gatilhos disparadores da nossa raiva, tomar consciência de quando ela vai emergir, ter sabedoria para observar, acolher e transmutar. Até que através do autoconhecimento, se torne cada vez mais natural a não repetição do ciclo que um dia nos levou a perder a paz. Cada vez em mais e mais e mais aspectos, que a gente se liberte dela!
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