Quando o Segundo Sol chegar...
Os ciclos do Masculino
publicado por Sasha - TANTRA TERRA
As mulheres são lunares, os homens, solares. Os ciclos da natureza se compreendem também no campo do masculino, que tem por tempero cósmico um sistema de sintonia e de expressão energética bastante distintos da mulher, mas não menos forte, curador e empoderador. São energias que se conversam, se completam, se complementam e se estendem ao sacro ofício de suas funcionalidades numa expressão natural.
A pratica do Sagrado Masculino promove o resgate da energia masculina, há já muito tempo perdida, e bastante distante dos padrões exercidos e conhecidos atualmente. O sagrado masculino está longe de conceitos como a heterossexualidade, homossexualidade, machismo, domínio ou superioridade sobre qualquer coisa. O Sagrado Masculino é uma forma espiritual do homem se conectar com o grande Deus Sol.
Para compreendermos melhor essa dança, precisamos saber que os homens são guiados pelas tendências comportamentais do Sol, pela testosterona que tem seus picos a cada dois minutos e pelas mudanças das estações, seguindo o mesmo esquema dos quatro elementos representados por 4 grupos na roda zodiacal, quatro estações do ano com distinções bem demarcadas.
Estes picos a cada dois minutos, ocorrendo pequenas mudanças entre estes intervalos, e a cada doze horas a mudança é um pouco mais brusca, sendo, entre meia noite e meio dia ela tem uma subida em sua produção e em seguida do meio dia até a meia noite a energia cai, liderada pelo hormônio do masculino, em consonância com o Sol, tendo sua mudança e transição num ciclo diário.
Existe também um pico anual de testosterona dada pelas estações do ano, o maior pico energético de testosterona do masculino é no verão e o menor pico no inverno. O ciclo anual é mais evidente que o diário a cada dois minutos, mas existe. Sendo assim, a baixa energética que exige do homem uma maior moderação na produção de seus trabalhos e produtividade, por exemplo, é no inverno, para que se reponha e se prepare para entrar e seguir num ciclo mais ativo e produtivo.
Num segundo ciclo, geralmente de 72 dias temos a formação dos espermatozoides produzidos pelo corpo na ejaculação, a reposição da semente de vida, de sua vitalidade que fecunda o ovulo, que condiz aproximadamente com o mesmo tempo para a troca de uma estação para outra. Tudo bem percorrido a passos de dança também pelo arquétipo do Shiva no ritmo do sol, e consequentemente nas nuances do próprio corpo do planeta ao qual habita.
O Sol representa a maioria dos arquétipos masculinos: deuses da guerra, da sabedoria, mensageiros, jovens, anciãos e até mesmo os guardiões do inferno. Lamentavelmente, o homem moderno perdeu a ligação a sua essência masculina e aos poderes do seu próprio ciclo interno e externo, e já vimos esta mesma problemática com o feminino que está num processo árduo de resgate. Mas precisamos do masculino em nós, como o masculino em vocês para essa cura ser comtemplada.
Este conhecimento tem raiz nas tradições xamânicas ancestrais e atualmente esta informação é praticamente desconhecida para a maioria dos homens e com isto podemos afirmar que o sistema patriarcal não prejudicou somente as mulheres e a mãe natureza, mas também o Sagrado Masculino. Que foi engolido pelo atual sistema doente, fazendo com que o homem responda ás exigências de uma trama malformada e mal expressa em sua potencialidade, desconectando-se dos seus ciclos e perdendo a noção da sua natureza espiritual e da sua ligação profunda com o universo.
O homem moderno tende a sofrer mais em silêncio do que a mulher, ele próprio se sente desligado do meio natural bem como da sua alma e suas emoções, e não sente legitimidade para poder partilhar este sentimento com o exterior, afinal um homem que exponha emocionalmente em suas fragilidades é contextualizado como um “fraco" para o patriarcado.
Ensinaram aos homens que para serem poderosos devem possuir bastantes recursos financeiros, símbolos capitalistas, símbolo do homem provedor e nutridor da demanda e a consequência deste construto foi desastrosa, uma vez que ao correrem atrás de uma ilusão e de uma projeção sobre si em detrimento do ambiente não sadio, o homem tornou-se lentamente mais fraco, abdicando de conseguir ver e se conectar ao seu verdadeiro poder.
A “castração simbólica” à representação do falo também repercutiu bastante negativamente numa sociedade tendenciosa em termos religiosos e socioculturais, passando de tabu a negligencia do próprio uso do símbolo de forma explicita e quase inconsciente. Ao olharmos ao redor, a própria natureza nos apresenta formas fálicas em suas expressões o tempo inteiro e estas formas são parte natural e inerente ao ambiente e não algo a ser encoberto ou mesmo negligenciado ao termo da não sacralidade por si próprio, seja pecando por domínio ou rechaço.
É através do culto do Sagrado Masculino que o homem começa a ativar a centelha divina que existe dentro de si, em seu poder de Shiva (homem/masculino) em seu poder de sustentar o seu pilar de energia (Lingam/Genital Masculina). Um masculino que se consagra e se cura, conseguiu resgatar o feminino em essência dentro de si, e por isso consegue honrar o feminino em seu entorno e consegue respeitar e acolher o feminino que há em si, sem delegar para si o tormento ou dinâmica do questionamento de como se refere a própria masculinidade e suas expressões práticas.
Quando curado, mesmo que alimentado de modo impositivo e alienado por uma sociedade de objetificação da sua sexualidade e do seu debruçar em interesses sexuais regido e gerenciado pela pornografia, ele não mais se alimenta de psicogêneses, pois está intimamente e verdadeiramente ligado ás suas emoções e sensações mais profundas e legitimas de seu corpo e suas emoções expressas em tudo o que faz e por onde perpassa em presença.