Testamos: Marie Claire participa de aulas de massagem tântrica em grupo
publicado por Lu Angelo
Marie Claire
com Raje Vidya
O teste de ficar nua na frente de vários desconhecidos já havia passado durante a aula de yoga nu. O que seria um próximo passo? Ter orgasmos na frente de outros "estranhos"? hummmm. Foi o que pensei quando recebi uma mensagem sobre curso de massagem tântrica para casais. Se eu havia sobrevivido à aula de yoga sem roupa, acho que conseguiria encarar esse novo desafio. Me inscrevi e levei um amigo-peguete para experimentar comigo novas sensações.
Ano passado já havia feito uma aula de quatro horas: eu, o parceiro e a professora. Desta vez, a proposta era mais intensa: eu + o parceiro + professora + três casais que eu nunca havia visto na vida, aprendendo manobras durante um sábado e um domingo, das 9h às 17h. Detalhe: somente eu e o meu parceiro nos conhecíamos, as outras pessoas se conheceram na hora, ou seja, os futuros casais ainda não tinham intimidade.
Chegando lá, no primeiro momento, os participantes, ainda acanhados, disseram somente o famoso "bom dia" educadamente. O gelo começou a ser quebrado quando Raje Vidya chegou. Ela é a coordenadora de Cursos em Grupo e Individuais de Tantra, do Centro Muladhara, e nos daria as aulas. Fomos direto para uma sala com luz baixa e começamos a pular, a dançar, a despertar o corpo e nos apresentamos. Estávamos todos vestidos, tá gente!
Na sequência, os quatro casais se formaram para começar a dinâmica. Raje sempre fez questão de pontuar que ali não era um lugar de orgia, de sexo pelo sexo. Aliás, na massagem tântrica não existe penetração.
Bom, fomos ao primeiro passo: a massagem sensitive. Todas as mulheres tiraram a roupa, uma ao lado da outra, deitadas cada uma em seu colchonete. Fiquei na horizontal, nua de frente para o meu parceiro, que estava vestido. Ali ele começou a massagem. Silêncio por parte de todos os participantes. Somente uma música tranquila tocava. O que é a sensitive? São manobras bem suaves, com as pontas dos dedos por todo o corpo. Lentamente a pessoa toca em sua pele e, uma vez iniciado, pelo menos uma mão tem que ficar e contato com seu corpo para manter a conexão. Ali, vai despertando o corpo para outras técnicas. A massagem durou cerca de 30 minutos de frente e mais 30 de costas.
Não senti tesão, mas uma sensação gostosa de cuidado e carinho, enquanto ele passava as pontas dos dedos pelo meu corpo todo até nas partes púbicas e bumbum. Fiz o mesmo com ele. Eu vestida, ele pelado. Para mim o mais difícil foi ficar 1h andando com minhas mãos pelo corpo todo do parceiro e só encostando os dedos. Nesta prática é proibido encostar a perna ou braço na pessoa, quem recebe pode sentir somente seus dedos. Ou seja, é praticamente uma aula de ginástica e equilíbrio. Chega até ser cansativo porque dá dor nas costas. Você fica ali agachado e não pode colocar peso nas mãos, então o peso do seu corpo fica na lombar e nas pernas. Raje até brincava: "Dane-se se você está com dor ou cãimbra. O foco total é a pessoa quem está recebendo a sua massagem. Aguente a canseira!" É gente, massagem tântrica é malhação também!
Depois de praticar no meu parceiro e vice-versa, um casal entrou na nossa dinâmica. Uma pessoa ficou deitava e as outras três faziam a sensitive simultaneamente, ou seja, seis mãos em cima de você. Nossa, cansei horrores! Foram horas de prática. Saí sábado à noite com dor no pé até (risos) mas expert em fazer massagem nas pontas dos dedos.
No dia seguinte, todos já estavam mais próximos e demos muitas risadas. Aprendemos as massagens Yoni (vagina) e Lingam (pênis). Aí o bicho pegou! Bom, o que é a Yoni? Uma das meninas se voluntariou para a demonstração que a professora faria. Ela ficou nua, deitou de frente, com as pernas abertas e Raje mostrou para todos o lugar dos lábios superiores, inferiores, o clitóris e que os homens poderiam puxá-lo sem problemas, sem ter medo. Ali, o parceiro da voluntária começou a massagear bem de leve a área enquanto Raje explicava para todos como tocar na região. O ápice foi o uso do bullet (ahhh, o bullet: o melhor amigos das mulheres). Como introduzi-lo na massagem? Basta encosta-lo levemente entre os grandes lábios e pequenos. Não precisa tocar no clitóris. Aquela região toda possui terminações nervosas que chegam ao sininho. Ali, ela não só teve um orgasmo na frente de todos como ejaculou.
Depois da demonstração cada homem foi praticar com sua parceira. Fiquei nua novamente, deitava com a barriga para cima, pernas abertas e meu parceiro começou a massagem sensitive. Toda massagem tântrica começa pela sensitive. Depois ele fez uma leve drenagem usando óleo nas minhas coxas até a região púbica. Feito essas duas etapas, ele iniciou a Yoni. Primeiro colocou a mão inteira levemente na minha vagina (como éramos um casal não usamos luva, mas as outras duplas que se conheceram lá usaram), depois começou a tocar nos grandes lábios, a dar leves beliscadas na região, a puxar meu clitóris delicadamente para fora, assim eu teria mais sensibilidade. Ali comecei a sentir prazer. Colocar o bullet na lateral da região foi a cereja do bolo. Tive ondas de orgasmo, me contorcia toda. Quando gozava, ele colocava o bullet do outro lado. E assim acho que foram uns 20 minutos. Tive orgasmos múltiplos e todas as mulheres ao meu lado também gemiam de prazer, na luz baixa ao som de músicas meio em tom de mantra. Ao final da prática não estava cansada, o que achei que aconteceria, mas me sentia com a energia renovada, leve. Usando um clichê: "uma nova mulher".
Acabado esse ritual, foi a vez do meu parceiro também ir para as nuvens com a massagem Lingam. Raje pegou um vibrador e com ele foi ensinando as manobras que cada mulher faria no pênis do parceiro. E vamos lá! Fiz a massagem sensitive e a drenagem, para iniciar a Lingam.
Primeiro deitei delicadamente o pênis na minha mão, como se fosse uma caminha. Atenção! Óleo é essencial pra mão deslizar bem. Segui o movimento, apertando o Ponto G do pênis. Onde é isso? Na glande, naquela parte que tem uma junção. Apertei ali delicadamente. Em seguida, coloquei uma mão na base do pênis e deixei firme. À medida em que o parceiro se excitava o pênis ficava mais rígido e eu apertava mais ainda a base. Com a outra mão, comecei a fazer movimentos circulares na glande, no corpo do pênis. A ideia é evitar que o homem sinta que está sendo masturbado. A massagem tântrica é justamente essa quebra de ideia de prazer. O homem tem que sentir outras sensações, além da tradicional masturbação. Fiquei uns 30 minutos fazendo movimentos e observando as reações do meu parceiro. Algumas sequências eu percebia que ele gostava mais, outras menos e assim eu direcionava a prática.
O curso foi basicamente aprender estas três massagens e realmente todo mundo uma vez na vida tem que receber a massagem tântrica. Sério! Me senti renovada, feliz. Agora é praticar a técnica!
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