Massagem para atingir o orgasmo?
[ Arte "Orgasmo", de Axel Rodriguez Martinez ]
Cada mulher tem seu jeito de atingir o orgasmo. Para umas, basta uma rapidinha. Já para outras, o clímax só acontece por meio de muitas preliminares e posições estratégicas.
Mas que tal recorrer às massagens para chegar lá?
Nos Estados Unidos, existe o OM (Orgasm Meditation), técnica criada pela californiana Nicole Deadone, de 43 anos. Ela desenvolveu o que suas alunas chamam de pilates do sexo. Uma das técnicas consiste em um homem massagear o lado esquerdo da mulher, acima do clitóris, por cerca de 15 minutos.
O projeto de Nicole, que visa levar a mulher a sentir desde arrepios a orgasmos múltiplos, rendeu um livro, "Slow Sex: The Art and Craft of the Female Orgasm" (A Arte e o Ofício do Orgasmo Feminino), lançado em maio deste ano, somente em inglês. As brasileiras que se interessam pela técnica já encontram no Brasil um local que trabalha um conceito semelhante.
No Centro Metamorfose, que possui unidades espalhadas pelo Brasil, é oferecido um método próprio de "orgasmo sem sexo". A técnica visa massagear a Yoni (vagina) e foi desenvolvida por Deva Nishok, a partir de observações e pesquisas feitas aqui no Brasil desde 1996.
O coordenadora do Centro Metamorfose, conta que, em geral, a mulher desconhece o seu potencial de prazer. "O corpo feminino é muito sensível aos estímulos sensoriais, todo ele tem o potencial de ser orgástico". E revela: "Com a massagem tântrica, as mulheres experimentam toques diferenciados em todo o órgão genital, potencializando o nível de prazer. Por meio da técnica, muitas mulheres têm orgasmos múltiplos, inclusive ejaculatórios, pela primeira vez na vida."
Deva afirma que há uma diferença entre massagem e sexo tântrico. No sexo tântrico, o casal passa por um desenvolvimento sensorial, que pode ser adquirido pelas massagens, por exemplo. O homem precisa manter ereção durante um longo tempo, de 2h30 para mais, e muitos deles , quando recebem regularmente a massagem, chegam a experimentar a ereção após ejacular. "Já na massagem, você vai preparando o corpo para essa experiência, aumentando a energia e a libido, trazendo condicionamento físico ao pênis e ao clitóris", explica.
Para a realização da massagem, os profissionais usam luvas de látex e produtos lubrificantes, como óleo de semente de uva, para realizar uma drenagem dos líquidos linfáticos na parte interna das coxas, que estimulam a lubrificação da vagina. A duração da massagem é de 1h30, fora o tempo dedicado para explicar o funcionamento da técnica: o método Deva Nishok e os ganhos que ele proporciona.
Primeiramente, é realizada uma suave massagem nos lábios externos, o intumescimento e a extrusão do clitóris, ou seja, o aumento do tamanho desse órgão e a liberação dos vínculos ligamentosos do osso púbico. "O clitóris é extremamente sensorial e, com os estímulos, acorda a níveis de prazer muito intensos", explica Deva.
São massageados também os lábios internos, onde se localizam duas glândulas, a de Skene e de Bartholin, responsáveis pela lubrificação da vagina. "O estímulo do ponto ‘G’ produz níveis de energia muito intensos, levando muitas mulheres a ter orgasmos vaginais e espasmos neuromusculares", conta a cordenadora. Depois, são usados vibradores para trabalhar o clitóris, proporcionando múltiplos orgasmos.
Quando a massagem é oferecida ao casal, o terapeuta aplica a técnica nos clientes de maneira alternada, enquanto o parceiro interage. Com profissionalismo e ética, é quebrado todo o constrangimento. "Assim, confiante, o casal entra em níveis de orgasmo e intimidade muitas vezes desconhecidos", explica Deva.
O mesmo cuidado é tomado com as mulheres quando são massageadas por outros homens. "Elas se entregam a experiências profundas de orgasmo, cura e alegria. Ocorre uma grande ruptura e mudança de paradigmas com relação ao prazer e com a forma de lidar com o corpo."
Dependendo do objetivo dos clientes, Deva recomenda realizar um desenvolvimento sensorial, composto por várias sessões. Uma vez por semana seria o recomendável.